O cenário das notícias em maio mostra a atenção básica como principal referência. Ótimo! Não há como negar que a atual gestão procura investir nessa que é não apenas uma modalidade de atenção ou uma especialidade, mas simplesmente a chave para a organização racional de serviços de saúde. Em todo o mundo, diga-se de passagem. E não precisamos mais falar só de Cuba ou da Inglaterra, porque também o Canadá, em Portugal, na França, em países (pobres) da África e em muitos outros lugares, inclusive muitas cidades brasileiras, tem sido assim. A atenção primária como coordenadora da rede de serviços., sem exagero, é de fato um marco civilizatório em saúde. Mas o DF ainda precisa caminhar muito. A chamada “conversão” de médicos e outros profissionais à Saúde da Família ainda não tem duração suficiente para mostrar se está sendo realmente efetiva. Resta saber, inclusive, se tem havido sinceridade por parte de quem aderiu ao processo, ou se trata apenas de uma adaptação pragmática de tais profissionais. Boa notícia é a ampliação do atendimento em cerca de 40 unidades básicas de saúde nos sábados, até meio dia, pelo menos. Resta saber quando haverá também atendimento noturno nos dias de semana, algo que interessa de perto à população trabalhadora, particularmente às mães de família. Pode ser um bom sinal, também, o fato de que em março não houve registros, pelo menos na mídia, de mortes por demora ou omissão de atendimento, bem como fechamentos de serviço à última hora, como costuma ser comum por aqui. A CLDF resolveu agir, exigindo mudanças na política de saúde mental, mas dado o prontuário histórico da Casa pode ser apenas disputa política, associada a interesses corporativos. No mais, os temas de sempre: trânsito e febre amarela, por exemplo. Leia um resumo das notícias sobre SAÚDE NO DF em março de 2018, a seguir.
Febre amarela no DF
O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira (1º/3), uma nova atualização sobre os casos de febre amarela. Na capital federal, são 20 casos em investigação, segundo informações da autarquia federal, que compreende o período de 1º de julho de 2017 a 28 de fevereiro deste ano. No DF, de acordo com os dados do Ministério da Saúde foram notificados 40 casos suspeitos da doença. Metade foi descartada. Em dezembro de 2017, um morador do Sudoeste morreu com a doença. A Secretaria de Saúde trabalha com outros números. São 25 casos notificados, sendo que um foi confirmado, permanecendo dois em investigação.
Mulheres e trânsito no DF: melhores no volante, mas igualmente vítimas
No Distrito Federal, o contingente de mulheres habilitadas chega a quase 40% do total de 1.702.456 condutores de todo o DF. Elas são 668.524 motoristas e as estatísticas mostram que estão longe de serem vilãs no trânsito. Dos 366 condutores envolvidos em acidentes com morte no ano passado, 300 eram homens e somente 48 eram do sexo feminino, ou seja, 13%. Historicamente, a parcela de mulheres mortas em acidentes de trânsito é bastante inferior ao número de homens. Em 2017, por exemplo, das 256 pessoas mortas em acidentes, 47 eram do sexo feminino (18%), contra 209 do sexo masculino. Em 2016, foram 72 mulheres mortas contra 318 homens.Entre as mulheres mortas no trânsito, em 2017, 20 eram pedestres, 17 eram passageiras e as demais eram ciclistas, motociclistas ou motoristas. A maioria das vítimas possuía entre 20 e 29 anos e entre 40 e 49 anos. Já em 2016, as mulheres acima dos 60 anos foram a maior parte das mortas no trânsito.
Alternativas (gratuitas) ao SUS no DF
A situação da saúde pública no Distrito Federal é caótica. Faltam médicos, remédios, materiais básicos para a realização de procedimentos. Por conta disso, marcar consultas, exames ou uma cirurgia é um desafio para a maioria das pessoas que procuram os hospitais, postos e unidades de pronto-atendimento. Mas quem não conta com plano de saúde pode tentar atendimento em clínicas particulares e faculdades que oferecem serviços gratuitos ou a preços populares. O Metrópoles selecionou 11 estabelecimentos que, além de consultas em diversas especialidades (como neurologia, odontologia, fisioterapia, cardiologia, entre outros), mantêm serviços de exames de imagens e laboratoriais. Confira.
Atenção Primária à Saúde crescendo no DF
A Estratégia Saúde da Família (ESF) atingiu no Distrito Federal a marca de 69,1% de cobertura populacional, um ano após a conversão do modelo tradicional de atenção primária. O percentual equivale a um aumento de 100% do índice registrado no início das mudanças, em janeiro de 2017, quando o DF tinha apenas 34% de cobertura. Os dados foram apresentados, nesta quarta-feira (14), pelo governador Rodrigo Rollemberg, pelo secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e pelo adjunto de Saúde, Daniel Seabra, em coletiva no Palácio do Buriti. Com a ampliação, a população total assistida pela Estratégia Saúde da Família no DF passou de 1.038.750 para 2.058.750 habitantes.
Acidentes de trânsito no DF: uma epidemia
Mulheres e idosas. Das seis vítimas de atropelamentos que aconteceram na capital só nesta semana, três eram dessa faixa etária. Duas, de 72 e 73 anos, morreram. Uma estava na calçada do Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios, quando foi atingida por um carro em alta velocidade. Outra foi atravessar a rua correndo e foi acertada na Avenida Alagados, em Santa Maria. Ontem, a última, de 64 anos, foi atropelada na Rodoviária do Plano Piloto. Neste ano, 15 pessoas perderam a vida por atropelamento, segundo o Departamento de Trânsito (Detran). Em 2017, foram registradas 81 mortes. O órgão reconhece que os números têm subido neste ano e que as penas são brandas para os motoristas autuados por crime culposo – sem intenção de matar.
http://www.jornaldebrasilia.com.br/cidades/sequencia-de-mortes-nas-vias-df/
“Conversão” de médicos à atenção básica no DF: melhor ainda se for sincera…
Desde que o sistema público de saúde do Distrito Federal foi modificado, há um ano, a cobertura no atendimento básico alcançou 69% da população do DF. O dado leva em conta a conversão em mais de cem profissionais de medicina, em médicos da família e foi anunciado nesta quarta-feira (28), pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Agora, a Secretaria calcula que mais de dois milhões de habitantes estão inseridos no âmbito de alguma equipe de atenção primária, composta por profissionais de medicina, enfermagem, técnica de enfermagem e por agentes de saúde. O total de pessoas assistidas é o dobro do número registrado no início do programa, em fevereiro de 2017.
Câmara Legislativa preocupada com a Saúde Mental: será verdade ou apenas politicagem?
A estremecida relação entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa rendeu mais um capítulo nesta terça-feira (27/3). Os deputados distritais aprovaram projeto de decreto legislativo para sustar os efeitos da Ordem de Serviço nº 25, publicada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em 16 de fevereiro e que instituiu o Grupo Condutor da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). Apresentada por Celina Leão (PPS), Wellington Luiz (MDB) e Chico Vigilante (PT), a medida foi reivindicação de trabalhadores e de pacientes do Instituto de Saúde Mental (ISM), localizado no Riacho Fundo. Os deputados autores – todos oposicionistas – alegaram que a medida da Secretaria de Saúde é o primeiro passo para o desmonte do atendimento aos pacientes atendidos pela unidade, conforme denunciado pelo Metrópoles. “Hoje, há 33 pacientes internados no instituto, que realiza mais de 2 mil atendimentos por mês. O que vão fazer com os pacientes que estão lá?”, questionou Vigilante. No início de fevereiro, familiares de pessoas tratadas no Instituto de Saúde Mental protestaram contra mudanças propostas pelo GDF para a instituição. Segundo relataram, o governo pretendia transferir atendimentos médicos e burocráticos do Riacho Fundo para outras cidades, como Guará e Núcleo Bandeirante.
Atenção à Saúde nas UBS nos sábados: até que enfim!
O atendimento em 41 Unidades Básicas de Saúde (UBS) não termina na sexta-feira. Todas elas já estão fazendo consultas, vacinação, coleta de exames e atendimento em farmácia também aos sábados, das 7h às 12h, nas sete regiões de saúde do Distrito Federal. “Uma das premissas da UBS é facilitar o acesso dos usuários aos serviços de saúde. Grande parte da população trabalha nos dias úteis e tem dificuldade de comparecer à UBS. Com o funcionamento aos sábados, os usuários conseguem utilizar os serviços. Com isso, ampliamos a vinculação dos nossos usuários às suas equipes também”, observa a coordenadora de Atenção Primária, Alexandra Gouvêa. A região com o maior número de UBS abertas aos sábados é a Sudoeste, com nove unidades, sendo duas em Taguatinga, quatro em Samambaia e três no Recanto das Emas. A partir de abril, outras três devem estender o atendimento: UBSs 1 e 2, de Taguatinga, e UBS 11, de Vicente Pires.
