Publicamos aqui, com prazer, texto da Profa. Fátima Souza, ex-Diretora da Faculdade de ciências da Saúde da Universidade de Brasília, com especiais reflexões sobre os rumos da saúde em nossa cidade, a propósito da comemoração do Dia Mundial da Saúde no último sete de abril. Fátima é pré-candidata ao governo do DF pelo PSOL e certamente representa uma perspectiva de renovação na atrasada política do DF. Mas devemos deixar claro que todas as manifestações de pré-candidatos, bem como das diversas correntes políticas presentes no cenário do Distrito Federal, serão bem acolhidas neste blog.
Ainda não temos o que comemorar na Saúde de Brasília?
Em 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde. Essa data foi estabelecida para coincidir com a data de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, anualmente, a OMS prioriza um tema a ser discutido. “Saúde para todos” resume o objetivo desta prestigiosa Organização ao longo dos seus 70 anos de existência, e marca o tema em 2018. O mundo e vários municípios brasileiros, tem muito o que comemorar, o que não podemos dizer do Distrito Federal. Brasília, a Capital da Esperança, ainda não tem motivos para celebrar a saúde. Poderíamos apresentar diversas razões, no entanto sintetizamos:
Há uma semana, o atendimento das emergências pediátricas foram suspensas, levando a extinção da unidade de pediatria do Hospital Regional do Gama, levando ao colapso o cuidado às crianças em seus primeiros ciclos vitais;
A oportunidade de cura dos cânceres está sendo perdida pelo diagnóstico cada vez mais tardio;
Perdas de leitos para internação vem provocando alta demanda reprimida, deixando as pessoas em corredores dos prontos socorros;
Pior ainda, as cirurgias eletivas esperam mais de ano para suas realizações;
O que dizer das perdas de leitos de UTI, levando a óbitos pacientes em estado grave;
E mais, ainda convivemos com o silêncio da gestão sobre o escândalo das UTIs;
Por que o silêncio sobre tomógrafos e endoscópios quebrados há mais de um ano, chuva dentro das maternidades;
Ausência de diálogo e outras infindáveis questões com as quais devemos nos preocupar. Destacamos porém nosso apoio aos profissionais da saúde, que mesmo sem condições de trabalho, se esmeram para cumprir seus papeis.
Precisamos mudar esse perverso quadro das doenças nos modos de organizar e gerir o Sistema Único de Saúde (SUS) no DF, sob pena de continuarmos seguindo, ano após ano, alertando sobre os principais problemas que afligem a vida e a saúde dos indivíduos, famílias e comunidades da capital da República.
Que permaneçamos buscando, nos próximos anos, motivos para comemorarmos o dia mundial de Saúde. Nessa matéria, cremos que nem a Câmara Legislativa do DF, tão pouco o Ministério Público, nada tem a comemorar de igual medida.
Reage Brasília!
