O Fórum Saúde do Brasil, realizado pela Folha de São Paulo, no último dia 23 de abril (2018), com patrocínio da Amil e da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios) reconhece: o Sistema Único de Saúde deve ser reconhecido por ter aumentado o acesso à saúde da população brasileira e se tornado referência em atenção primária, apesar de ainda enfrentar algumas dificuldades na assistência. Alguns depoimentos: “O SUS é uma conquista da população que não pode ser desprezada. Ele aumentou o acesso dos brasileiros à saúde de uma forma impensável há 30 anos” (Ana Maria Malik, coordenadora do programa de gestão em saúde da FGV).
“As longas listas de espera para consultas com especialistas poderiam ser melhor organizadas, no Brasil, continuamos tratando a fila por ordem de chegada, e dessa forma não atendemos os mais vulneráveis primeiro” (Marco Akerman, professor titular do departamento de política, gestão e saúde da faculdade de saúde pública da USP). Para ele, um dos fatores que contribui para o gargalo é a falta de médicos com esse tipo de qualificação, já que os profissionais dão preferência para atender em consultórios privados.
“Os nossos alunos frequentam postos de saúde e unidades de atenção básica desde o início do curso, como forma de estimular o interesse pela carreira na área de medicina de família” (Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein).
“No Reino Unido, há uma forte regulação que determina em quais cidades e regiões os médicos devem ser alocados para evitar a falta de mão de obra e a longa espera”; “O Brasil é referência para qualquer país que queira aprender sobre atenção primária” (Thomas Hone, pesquisador no Imperial College of London).
Como todos os que defendemos o SUS já sabíamos de longa data, o sistema tem muitas qualidades, mas também alguns defeitos sérios. É uma solução com problemas; não um problema sem solução, como alguém já disse.
Fóruns como este são necessários, pois a discussão a maioria das vezes se dá entre defensores intransigentes e radicais e atacantes do mesmo calibre. A verdade sai esfolada de um embate assim. Mas já antevejo os militantes pró-SUS arguirem que um evento organizado pela Folha de São Paulo, membro emérito do que chamam de “imprensa golpista”, além do mais com patrocínio de duas entidades no mínimo “suspeitas”, só pode ter o objetivo de destruir o SUS, que para eles deve ser o verdadeiro paraíso.
Mas não custa conferir se uma parte desses militantes, pelo menos, não possui sua carteirinha de plano de saúde, para casos de necessidade…
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