Vejo no Correio Braziliense de 18 de junho de 2019 que mulheres de todo o Distrito Federal e Entorno formaram imensa fila no HMIB, na L2 Sul, para se candidatar à instalação de um simples DIU, o Dispositivo Intrauterino, que os bons serviços de saúde mantêm disponíveis para clientela há décadas. A SES-DF anunciou a novidade (?) na semana anterior e isso fez com que centenas de pacientes passassem a madrugada em frente a unidade para conseguir atendimento. Gentilmente um funcionário explicou à reportagem do CB, sem se dar conta, talvez, da desfaçatez de suas palavras: “todas as mulheres que chegaram aqui no período da manhã serão atendidas. As demais devem aguardar atendimento no decorrer dos próximos dias”. Em outras palavras, ao invés de uma lógica ética e humanista, quem manda naquele pedaço é o relógio; ou o calendário. A SES não deixou por menos, “esclarecendo” que todas as mulheres que procurarem a unidade na manhã desta segunda serão acolhidas e avaliadas. Pergunta que não quer calar: só as que vierem pela manhã? E aquelas que virão na parte da tarde? Ou na terça, quarta, quinta ou na semana próxima? Resumo da ópera: isso não é fruto de nenhuma crise econômica, de licitação embargada, de maquinações da indústria farmacêutica, de greve de fornecedores ou de alguma herança maldita. É má gestão mesmo. Uma coisa assim, sem querer vulgarizar, é igual a uma lanchonete que não tem salgados para oferecer a seus clientes. Ou um açougue que não vende carne.
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