Atenção candidatos: o que fazer para melhorar a Saúde?

A Folha de São Paulo publicou, sob a coordenação editorial das jornalistas Cláudia Collucci e Natália Cancian, com apoio da Revista Brasileira de Ciência e Saúde Coletiva (Abrasco) e do CFM, no dia 25 de agosto último, uma ampla matéria intitulada “O que fazer para melhorar o sistema de saúde no país”. Foram entrevistados alguns nomes importantes do setor saúde no Brasil, tanto da esfera pública, como da privada. Foram ouvidas as seguintes pessoas, com as instituições representadas: Gastão Wagner (Abrasco); Martha Oliveira (Anahp); Mauro Junqueira (Conasems); Deborah Malta (UFMG); Roberto Umpierre (UFGRS); Gonzalo Vecina Neto (USP); Ana Maria Malik (FGV); Edson Araújo (Banco Mundial); Paulo Furquim (Insper); Elizamara Siqueira (Coren/SC); Claudio Lottenberg (Coalizão Saúde); Mário Scheffer (USP); Humberto Fonseca (SES-DF). Como se vê, a nossa cidade esteve representada pelo seu Secretário de Saúde, Humberto Fonseca. O que podemos tirar de proveito de tal conversa?  Continue Lendo “Atenção candidatos: o que fazer para melhorar a Saúde?”

UPAs: fazem paredes, mas falta alicerce…

Leio na mídia (link abaixo) que ocorre neste país rico que é o Brasil um desperdício de nada menos que R$ 268 milhões, dinheiro investido pelo Governo Federal na construção de 145 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), que embora já construídas permanecem fechadas, algumas desde 2012. Alguns dados do descalabro: em São Paulo 22 UPAs fechadas; Bahia e Pará, 13 prédios cada um; Paraná, 11, Ceará; 10, Rio Grande do Sul e Pernambuco, 9 cada. E vai por aí a fora. O DF, desta vez pelo menos, não está citado neste ranking negativo. Falta de planejamento, promessas eleitorais e baixo orçamento dos municípios, são algumas das razões (ou desculpas) para justificar esta (mais uma!) vergonha nacional. Mas não é só isso… Continue Lendo “UPAs: fazem paredes, mas falta alicerce…”

Tudo para todos na saúde? Onde?

Fonte inesgotável de discussões, certamente ainda longe de um consenso, é a questão do alcance da universalidade do direito à saúde prometida pela Constituição de 1988. Numa interpretação mais generosa – ou otimista – isso significaria “oferecer tudo para todos”. Para os militantes mais renhidos do SUS não se pode abrir mão de tal prerrogativa cidadã, visto que no artigo 196 da Lei Magna está escrito, com todas as letras: a saúde é um direito de todos. E aí? No mínimo caberia indagar: isso foi possível em algum lugar do mundo, em algum tempo? Esta igualdade de direitos admite que alguns cidadãos acabam chegando primeiro ao pote, por serem mais bem informados e terem mais acesso físico e cultural aos serviços? Diante desta verdade praticamente universal não seria o caso de criar instrumentos de regulação do acesso que privilegiassem, de fato, os mais pobres e mais necessitados de maneira geral? Venho pensando e escrevendo sobre isso há muito tempo. Foi com grande satisfação que li na mídia as declarações de Marcos Bosi Ferraz, profissional que respeito muitíssimo, a respeito de tal questão. Não é questão de se ser de direita ou de esquerda. É o realismo que deve imperar em tal conversa. Ideologia é muito importante, mas os números costumam falar mais alto…
Continue Lendo “Tudo para todos na saúde? Onde?”

Saúde: sangria desatada no Brasil

Como já disse o egrégio Senador Romero Jucá, pessoa que a história não deverá esquecer, alguém precisa estancar esta sangria… Ele falava da Lava-Jato. Nos falamos da saúde, território no qual rios de sangue correm no momento.  Com efeito, indicadores negativos de saúde no Brasil vão se acumulando, por exemplo, na mortalidade infantil, na desnutrição crônica, nas mortes maternas, na cobertura vacinal de crianças e até na volta de doenças anteriormente controladas, como o sarampo. De maneira que já não surpreende ninguém, o tema também foi solenemente ignorado nas entrevistas e debates já realizados com os candidatos à Presidência da República. A jornalista Claudia Collucci, da FSP, muito apropriadamente pergunta: o que mais precisa piorar  para que o país busque formas de estancar essa hemorragia a que estamos assistindo na saúde pública? Continue Lendo “Saúde: sangria desatada no Brasil”

De baratas, banheiros, avisos e espéculos – o que realmente importa em uma Unidade de Saúde?

Conforme nos revela a Agência Brasil (ver link ao final) o Conselho Federal de Medicina acaba de divulgar um levantamento realizado por suas instâncias regionais (CRM), relativo a visitas que ocorreram entre 2014 e 2017 a 4,6 mil unidades de saúde, incluindo aquelas onde funcionam unidades básicas de saúde (UBS) e equipes de saúde da família (ESF). O cenário é de fato assustador, marcado por problemas de infraestrutura, condições de higiene precárias e falta de equipamentos básicos. Do total de estabelecimentos visitados durante o período, 24% apresentavam, na data da fiscalização, mais de 50 itens em desconformidade com o estabelecido pelas normas sanitárias. Assim, em nada menos do que 81 unidades de saúde não havia consultório; em 268, não havia sala de procedimentos/curativos; 551 não tinham recepção/sala de espera; 34% dos locais vistoriados não possuíam sanitário adaptado para deficiente; 18% não tinham sala de expurgo/esterilização; 16% não possuíam sala de atendimento de enfermagem; 13% não dispunham de farmácia ou sala de distribuição de medicamentos. E vai por aí a fora… Continue Lendo “De baratas, banheiros, avisos e espéculos – o que realmente importa em uma Unidade de Saúde?”