Boas práticas, sérias e responsáveis no controle da atual pandemia existem! Nem tudo é a mixórdia que se vê aqui no DF e em grande parte do país. Em dois posts passados tive a oportunidade de comentar os acertos verificados não só no Uruguai, mas também em diversas localidades brasileiras, como São Caetano do Sul, Belo Horizonte, Pelotas, Lagoa Santa, na cidade de Ceilândia, aqui no DF, além do estado de Mato Grosso do Sul e da Zona Norte da Cidade do Rio. Há muitos outros lugares que estão tomando medidas acertadas como essas, certamente, porque a irresponsabilidade e a insensatez são, felizmente, ingredientes não uniforme e “democraticamente” distribuídos no Brasil. Usando a linguagem bíblica, que alguns apreciam (da boca pra fora) nos dias de hoje, podemos dizer que nem todos os mandatários políticos lavam suas mãos, à moda de Poncio Pilatos, e nem todos, também, traem seus cidadãos, como Judas Iscariotes. Sem esquecer de Herodes, é claro. Já o presidente, como se sabe, faz uma coisa e outra, além de propagandear medicamento ineficaz e perigoso. Mas o que seria fazer a coisa certa na situação pandêmica atual? Continue Lendo “Covid-19: Pilatos e Iscariotes no comando?”
A atenção básica é essencial no controle da Covid-19, no DF e em toda parte (mas sem informação não há solução…)
A OPAS – Organização Panamericana de Saúde, representação nas Américas daquela mesma Organização Mundial da Saúde que Trump rejeita, com a devota imitação de seu admirador tropical, todavia segue incólume no Brasil e vem organizando uma série de debates on-line (pois afinal estamos, ou deveríamos estar em quarentena…), inclusive com a participação do público, sobre o protagonismo da atenção primária à saúde no enfrentamento da atual pandemia. São apresentadas e debatidas experiências de diversas partes do Brasil, inclusive daqui do DF. Tentei levantar dados, pelo menos quantitativos, sobre o estado atual da Atenção Básica em nossa cidade, mas nem no site da SES-DF, nem no do Ministério da Saúde está sendo possível encontrar este tipo de informação. Isso deve ser bem uma demonstração do apreço e da valorização que se dá no momento atual a esta ferramenta que no mundo todo representa um inequívoco fator de sucesso no controle da pandemia. Conheça a seguir algumas das experiências já apresentadas e discutidas na referida programação da OPAS, dentro de uma iniciativa chamada, muito apropriadamente, aliás, de APS Forte no SUS. As apresentações e debates sobre estes seis casos poderão ser vistos no link ao final. Continue Lendo “A atenção básica é essencial no controle da Covid-19, no DF e em toda parte (mas sem informação não há solução…)”
Covid-19: lembrem-se do exemplo… (de quem faz a coisa certa).
O exemplo a ser lembrado aqui não é o das Mulheres de Atenas, de Chico Buarque (na verdade um contraexemplo). Ele vem de pelo menos uma cidade brasileira e também de um país latino-americano, que de fato estão fazendo a coisa certa no controle da atual pandemia. Afinal, felizmente, nem tudo o que temos assistido, nos últimos tempos, é aquilo que Drummond considerou como “um vácuo atormentado, um sistema de erros”. Coisa que, aliás, a realidade do Brasil, nos impõe a toda hora. Pois bem, o país é o nosso vizinho ao Sul, ele mesmo, El Paisito, nossa antiga Província Cisplatina, o Uruguai. E a cidade é São Caetano do Sul, de prováveis muitas misérias, mas mesmo assim dando exemplos a cidades mais ricas e teoricamente mais governáveis. Continue Lendo “Covid-19: lembrem-se do exemplo… (de quem faz a coisa certa).”
Leitos de UTI no DF: uma crise, dentro da outra crise, dentro de mais uma crise…
Covid 19 no DF: nunca se viu algo assim. Parecia que tudo ia bem, mas de repente, as medidas de proteção são relaxadas antes da hora; os testes diagnósticos foram adquiridos e usados de maneira equivocada; as mortes se aceleraram; os casos novos galoparam; os leitos de UTI já não dão para o gasto; as informações dentro da própria máquina de governo enlouqueceram. E o Buriti se espelha no Alvorada: um secretário é trocado em plena crise o governador desfila sem máscara (ou quem sabe, lhe caiu a máscara?). Tudo isso lembra aquelas bonecas russas em série, as matriochkas, que se encaixam uma dentro da outra e vão revelando aquele “museu de grandes novidades”, de que falava Cazuza. No caso, aqui no DF, novidades de má catadura. As bonecas-mães (matriochka = “mãezinha”), atendem pelos nomes de Jair Messias e Ibaneis Rocha, não nos esqueçamos. Foram feitas, ao que parece, uma sob medida para a outra. Aliás, o nosso governador lembra aquele nosso colega de escola que acertava as perguntas no professor no início, mas logo descambava para a mais completa ignorância, afinal reveladora de quem realmente ele era. Personagem de programa humorístico, talvez, mas no caso, totalmente sem graça. Mas vamos ao que interessa: a bola da vez são os leitos de UTI…
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Covid-19 (de junho) no DF
Por estes dias ficamos sabendo de uma curiosidade trazida à luz por historiadores, qual seja que, em meados do século XIX, o Rio de Janeiro foi assolado por uma epidemia de febre amarela, trazida da Europa a bordo de navios. Foram muitas as mortes e entre os intensos debates travados na ocasião, registraram-se muitas controvérsias em que se envolveram membros do Legislativo, com alguns deles perorando contra o “sensacionalismo e o estado de terror” que as notícias da epidemia instilavam na população, denunciando também os possíveis equívocos dos diagnósticos firmados pelos médicos. Um desses políticos, um senador mineiro, morreu de febre amarela poucos dias depois de apoiar com veemência tais ideias negacionistas. Pelo visto, é história que se repete hoje. É bem verdade que o Imperador D. Pedro II não entrou em tal clima e chegou até a visitar doentes nos hospitais, reconhecendo a relevância do problema. Mas como dizia Karl Marx, a história se repete como como farsa. E por falar nisso, em termos de Covid 19, como estão as coisas hoje, dia 19 de junho de 2020, no Brasil e aqui no DF, mais de um século e meio após os eventos no Rio de Janeiro? O que temos de farsa ou verdade no cenário? Continue Lendo “Covid-19 (de junho) no DF”
