Os Evangélicos e a Saúde

Ultimamente, quando se discute no país política, liberdade religiosa, costumes e outros temas, se impõe logo uma questão que em outros tempos era pouco relevante: e os Evangélicos, o que pensam sobre isso? Sim, porque o que assistimos no Brasil é este grupo se tornar cada vez mais numeroso e influente, mas ao mesmo tempo e de maneira geral contribuindo para o estreitamento ou mesmo retrocesso no horizonte dentro do qual tais discussões deveriam acontecer. No tema da Saúde, independente de existirem preceitos bíblicos que imponham alguma ortodoxia nas discussões, o modo evangélico de pensar e agir se mostra nas posturas públicas que estes vêm assumindo, marcadas pelo negacionismo e pela intolerância face a quem tenha uma normatividade diferente. Tudo isso, é claro, moldado pelo mito que reverenciam e em sintonia com as recomendações dos pastores, no seio daquelas numerosas igrejas-negócio. Mas neste assunto caberia lembrar também da operação das numerosas “comunidades terapêuticas” que o grupo evangélico sustenta no país, tendo como foco as pessoas que têm problemas com alcoolismo e uso de drogas, para as quais defendem o poder de cura da leitura dos Evangelhos e do trabalho forçado. Assim vêm obtendo cada vez maior sucesso em angariar verbas públicas, ainda mais agora que o mandatário que detém o poder no governo federal se mostra alinhado com tal pensamento. Assim, trago aqui uma reflexão sobre as tais Comunidades Terapêuticas, como marca da atuação religiosa dos evangélicos na saúde, esperando abrir caminho para discussões posteriores mais aprofundadas, inclusive com o convite a especialistas.

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