Atenção Primária à Saúde no Brasil: um retrato em movimento

Como já comentei aqui, cerca de 1,3 mil iniciativas em atenção primária à saúde concorreram ao Prêmio APS Forte, estabelecido pela OPAS, Ministério da Saúde, Conasems, Conass e Conselho Nacional de Saúde. O prêmio procurou valorizar, sistematizar e divulgar experiências que ampliam o acesso do cidadão ao Sistema Único de Saúde. Dentre este total, 135 foram indicadas para premiação e 11 foram finalistas. Uma seleção final, realizada por uma banca de comunicadores e especialistas, indicou três vencedores, sendo as oito restantes também consideradas como premiadas. As recomendadas para o prêmio (135); e as finalistas (11) vão compor uma publicação técnica editada pela OPAS. Estas 11 experiências certamente representam um retrato do que acontece na realidade brasileira, pois provêm de todas as regiões do país, originadas de um certame que mobilizou a totalidade dos estados e várias centenas de municípios, de todos os portes, características econômicas, geográficas e políticas, sendo selecionadas através de um processo criterioso e operado por gente que entende do assunto. Cabe trazer alguma informação e uma breve análise sobre as mesmas. Continue Lendo “Atenção Primária à Saúde no Brasil: um retrato em movimento”

Atenção Primária à Saúde no DF: Eppur si muove…

O Prêmio APS Forte, organizado pela OPAS e Ministério da Saúde, já noticiado aqui neste blog, chega a sua etapa final. Cerca de 1,3 mil iniciativas, desenvolvidas por instâncias de gestão e por equipes de saúde do SUS, responderam a tal chamado. Experiências das cinco regiões brasileiras, de secretarias estaduais e de centenas de municípios, estiveram presentes. Destas, as recomendadas para o prêmio, em número 135, entre as quais 11 finalistas, vão compor uma publicação técnica eletrônica editada pela OPAS e Ministério da Saúde, chamada Navegador-SUS. A seleção final, feita por um comitê presidido por Drauzio Varela, indicará três vencedores, que serão agraciados a conhecerem uma experiência internacional de rede de atenção à saúde na Atenção Primária. O DF participa com nada menos do que 20 experiências finalistas, o que sem dúvida é uma performance digna de nota. Aqui neste post farei um breve comentário sobre as mesmas, que vão relacionadas ao final. São iniciativas que de fato demonstram, de forma eloquente, o estado da arte da atenção primária à saúde em nossa cidade, que avança mesmo apesar do pouco valor que lhe é conferido pelas autoridades da saúde. E no entanto, à moda de Galileu, ela se move… Continue Lendo “Atenção Primária à Saúde no DF: Eppur si muove…”

Por uma Atenção Primária à Saúde robusta

Cerca de 1,3 mil iniciativas para melhorar a saúde da população brasileira, desenvolvidas por instâncias de gestão e trabalhadores do SUS, concorreram ao Prêmio APS Forte, estabelecido pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS), Ministério da Saúde e mais algumas instituições do setor, como o Conasems e o Conass, além do Conselho Nacional de Saúde. O foco do prêmio é o de valorizar, sistematizar e divulgar experiências que ampliam o acesso do cidadão ao Sistema Único de Saúde. Dentre elas, foram selecionadas 946 em uma primeira etapa, como 135 indicadas para premiação, das quais surgiram as 11 finalistas. O prêmio será conferido após avaliação de um comitê formado por especialistas e jornalistas de destaque no cenário nacional, em comitê presidido pelo médico Drauzio Varela.  São eles a colunista Claudia Collucci (Folha S. Paulo), a radialista Mara Régia (Rádio Nacional), a repórter Lígia Formenti (Estadão), os jornalistas Luiz Fara Monteiro (TV Record), Alan Ferreira, Chico Pinheiro (TV Globo) e Lise Alves (colaboradora da revista The Lancet). Experiências das cinco regiões brasileiras, de secretarias estaduais e de centenas de municípios, estiveram presentes. A seleção final indicará três vencedores, que serão agraciados a conhecerem uma experiência internacional de rede de atenção à saúde na Atenção Primária. As recomendadas para o prêmio (135); e as finalistas (11) vão compor uma publicação técnica eletrônica editada pela OPAS e Ministério da Saúde, chamada NavegadorSUS. As três práticas vencedoras estarão, ainda, sistematizadas no livro em formato de estudos de caso. Experiências desenvolvidas no DF estão entre as indicadas, embora não tenham composto o grupo das finalistas. Um breve sobrevoo sobre essas onze finalistas mostra aspectos interessantes do modus operandi das equipes de APS no Brasil – ver a seguir.   

PS. Tive a honra de participar da comissão que selecionou estas 11 finalistas. Deu trabalho, mas valeu a pena – aprendi muito! Meu grau de confiança na APS como verdadeira ordenadora do sistema de saúde só aumentou.
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Atenção Básica no DF: ilhas de tranquilidade em oceano de tormenta

Por mais que isso incomode os aficionados por grandes novidades, a maior inovação em termos da organização de sistemas de saúde já vai completar um século de existência e há pelo menos 70 anos está na base do sucesso dos sistemas de saúde que realmente fazem a diferença no mundo. Refiro-me à Atenção Primária à Saúde (APS), que no Brasil é também chamada de Atenção Básica (AB), tendo sua expressão corporificada na Estratégia de Saúde da Família. Ela vem dando certo em países tão diferentes como Reino Unido e Canadá; na Escandinávia, bem como em remotos e pobres rincões da África. Em Cuba também (mas, atenção: não é coisa de comunistas!). Nestes lugares, a aplicação de tal “novidade” gerou sistemas de saúde mais equitativos, eficientes, produtores de benefícios reais para as populações e muito bem aceitos por elas. O Brasil aderiu um tanto tardiamente, com a referida Saúde da Família (SF), mas mesmo assim os resultados obtidos são notáveis, conforme atesta a literatura especializada internacional. E aqui no DF, como andam as coisas? Continue Lendo “Atenção Básica no DF: ilhas de tranquilidade em oceano de tormenta”

Se a Atenção Primária é tão importante para os sistemas de saúde, por que ela não decola?

Muito se fala sobre a importância vital da Atenção Primaria à Saúde (APS), também conhecida no Brasil como Atenção Básica, para os sistemas de saúde, pois está mais do que provado que ela representa uma estratégia que os torna mais resolutivos, mais eficazes, mais participativos e, principalmente, mais organizados. Aqui em Brasília, nas últimas eleições, ela foi simplesmente a estrela dos programas de saúde de quase todos os candidatos, o que não significa, entretanto, que caso fossem eleitos, cumpririam realmente o que prometeram em suas campanhas. O novo governador mantém o discurso, mas na prática, pouca coisa concreta se percebe. Continue Lendo “Se a Atenção Primária é tão importante para os sistemas de saúde, por que ela não decola?”