Um Encontro Marcado

Temos um encontro marcado neste próximo domingo, dia dois de outubro. Não entre você e eu ou um grupo de amigos, mas com valores muito mais profundos, como Liberdade, Dignidade, Esperança, respeito aos diferentes, confiança entre as pessoas – a busca da Verdade, enfim.

Não vamos simplificar ou minimizar o desafio que o país tem pela frente, como já o fazem muitos, cada qual olhando para o seu lado ideológico: não se trata apenas de uma luta do bem contra o mal, mas sim de uma decisão que irá afetar o futuro de nós mesmos, de nossos filhos e netos, além de toda a população do Brasil, principalmente sua parcela mais sofrida.

Amigos, esta mensagem não parte de um militante partidário e não pretende fazer ninguém mudar de opinião; ela serve apenas para convidar a uma reflexão. Igualmente, não falo aqui, desta vez pelo menos, do tema da Saúde, eis que os problemas e desafios presentes no cenário são muito mais amplos, passando pela próprio noção de Cidadania, nos termos que nos foram legados pela Constituição de 1988.

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Controle da Covid-19: o segredo é fazer a coisa certa

HORROR! A tragédia continua: no Brasil passamos dos 402 mil mortos e no DF nos aproximamos rapidamente dos 8 mil. Somos aqui 1,44% da população brasileira, mas em número de mortos pela Covid chegamos a 1,93% do total do país, o que não dá para animar ninguém. Enquanto isso, o “homem da casa de vidro” continua divulgando soluções falsas e estimulando chicanas contra a CPI que o investiga. Tudo demorando em ser tão ruim… Mas uma coisa é certa: o modo de lidar com a presente pandemia varia, sim, e existem aquelas situações em que o fracasso é evidente, enquanto em outras os fatores de sucesso estão presentes e são notáveis. É importante frisar isso, porque muitas vezes o senso comum atribui o sucesso ou o fracasso de tal controle às variações da biologia viral, aos brasileiros que não pegam nada até quando nadam no esgoto, ou até mesmo a aspectos imponderáveis ou inexplicáveis. As tais variações biológicas existem, de fato, mas há outros fatores humanos, políticos e sociais, que na maioria das vezes são mais relevantes. Assim deveríamos encontrar explicações mais abrangentes e sempre ancoradas na ciência para as diferenças existentes entre, por exemplo, Brasil e Nova Zelândia; EUA e China; Itália e Israel, casos representativos de bom e o mau controle. Ou, para trazer a discussão mais para perto de nós, entre Uberlândia e Araraquara ou Manaus e Belo Horizonte. O senso comum mais uma vez vai se equivocar, porque fatores como status socioeconômico, dimensão, localização geográfica, relativos a municípios e mesmo países, por si só não explicam as diferenças, ou por outra, mostram que de onde menos se espera podem surgir resultados positivos – ou vice-versa – e isso merece aprofundamento.

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Deu no New York Times…

O New York Times mostrou no dia 27 último (27/10/2020) como manchete simplesmente o seguinte: Trump e Bolsonaro destruíram as defesas da América Latina contra covid, denunciando para o público americano e para o mundo em geral o comportamento tosco dos dois presidentes negacionistas durante a pandemia, contrariando o bom senso e as orientações de autoridades sanitárias. A manada certamente dirá que se trata apenas de uma mentira “daquele jornal comunista”, se recusando a ver que mais uma vez se colocam a nu as atitudes irresponsáveis desses dois mandatários, que infelicitam mais de 500 milhões de pessoas acima e abaixo da linha do Equador. Para o irresponsável do hemisfério Norte a hora está chegando; para o daqui, esperamos, não passe de 2022.  

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Opiniões sobre Covid-19: livre expressão x “melhor se calar”

É permitido a quem quiser, acreditar que uma ditadura é melhor do que uma democracia para conduzir os destinos de uma sociedade. Só não vale querer a ditadura para os outros e a democracia para uso próprio – e nem achar que os nossos problemas advêm de um “excesso” de democracia. Todo mundo, igualmente, tem o direito de se manifestar sobre a gravíssima situação de saúde que vivemos hoje em dia e, da mesma forma, acreditar que possam existir diferentes formas de abordagem do problema, desde que confirmadas empiricamente com critérios científicos. Cada pessoa, de acordo com suas convicções ideológicas e íntimas, pode defender o retorno às atividades laborais, de forma mais ou menos urgente, desde que isso valha tanto para os mais pobres quanto para os mais ricos. Mas não é lícito sair às ruas dentro de carrões e portando máscaras e exigir isso… dos outros. Muito menos para fazer campanha contra a democracia. Porém, deve ser vedado a qualquer pessoa, em qualquer situação, defender a exclusão de outras pessoas a sejam pobres, sejam velhos, das medidas de proteção defendidas pela ciência. Mas há pessoas para as quais deve haver também restrições taxativas a se manifestarem sobre a situação sanitária atual: aquelas confiaram seus votos, em 2018, a este perfeito exemplar de político imaturo, despreparado, rancoroso, mal informado, necrófilo e desumano que é Jair Messias Bolsonaro. Este sujeito não acredita na ciência e não tem noção do que faz e além disso ainda empurra o povo brasileiro para um fatal desastre sanitário, ao mesmo tempo que ameaça a nossa duramente conquistada Democracia. Seus eleitores devem fazer uma profunda reflexão sobre as repercussões de sua opção nas últimas eleições. Daí poderão se arrepender e até serem perdoados, mas antes disso devem fazer profissão de fé na Democracia, na defesa dos Direitos Humanos, na Solidariedade. Mas atenção: em cartório, com firma reconhecida e perante pelo menos meia dúzia de testemunhas. Em não agindo assim, que se calem! Não é uma questão de negar a liberdade de expressão, mas sim um imperativo ético de manterem o silêncio por absoluta falta de condições morais para opinar sobre tal tema.

 

O triunfo das nulidades

Esta semana, a insólita figura pela qual temos a má sorte de sermos governados, sim, ele mesmo, o inominável Messias, em seu destempero habitual, foi à TV, em cadeia nacional, para deblaterar contra as medidas que o mundo todo vem tomando contra a atual pandemia. Contrariou geral, não só os governadores e prefeitos brasileiros que já haviam se antecipado, mas também seu vice Mourão e seu Ministro da Saúde (que logo lhe abriu as pernas docemente), como também os cientistas, a imprensa séria, os governantes do todo o mundo civilizado. Deixou os cidadãos deste país sem saber pra onde ir. Até daquele norte-americano, do qual ele lambe as botas sofregamente, ele se desviou. Como este sujeito não deve ter o hábito de ler jornais, pelo menos os mais sérios, provavelmente ainda não soubesse que seu ídolo havia voltado atrás em tal questão. Mas não lhe faltaram os aplausos de sua legião de aloprados. Parece que a sua reconhecida especialidade de atirar no próprio pé está se aprimorando, tanto que agora consegue alvejar a própria nuca. Mas o pior não seria nada disso, pois o curso de tais acontecimentos poderá dar à sua alcateia de seguidores fanatizados a sensação de que seu “mito” mais uma vez agiu corretamente. Continue Lendo “O triunfo das nulidades”