- Não acredite em qualquer um, tem muita fofoca e noticia falsa circulando. Fuja especialmente dos políticos, especialmente do Presidente da República, que parece ser o mais mal informado e até mesmo mal intencionado entre todos.
- Leia jornais e veja TV, sim, pois é importante saber o que está acontecendo. Mas não trate todos os meios de comunicação como iguais. Fuja daqueles que são órgãos oficiais de certo tipo de igrejas, dos que promovem programas de auditório com distribuição de prêmios, dos que são escolhidos com exclusividade para divulgar as entrevistas do Presidente da República e principalmente dos que nunca são críticos aos governos.
- Fique em casa e estimule os outros a ficarem. Está provado que os países que adotaram as medidas de quarentena e isolamento e não fizeram demagogia em cima disso estão tendo melhores resultados agora. E melhor resultado significa: menos mortes!
- Não acredite em balas mágicas e poções milagrosas. Acredite no que diz a Ciência. Esta história de cloroquina e de vermífugo para tratar a Covid-19 é pura balela. Um desses que negam a gravidade da situação, Mister Donald Trump, chegou a defender até o uso de desinfetantes por via oral – e com isso várias pessoas morreram nos EUA.
- Observe os casos dos países que fizeram a coisa certa. Tome como exemplo Alemanha, Coreia do Sul, Portugal e não Estados Unidos, Turcomenistão, Bielo-Rússia e Bolsolavistão.
- Aprenda a descartar fake-news. Seja crítico! A notícia é sensacionalista? É divulgada apenas por fontes restritas ou desconhecidas e não pelos órgãos de imprensa profissionais? Chegou a você apenas pelo whats-app ou pelas redes sociais da família ou de um grupo de amigos? Fuja disso e não propague!
- Lembre-se dos mais desprotegidos. O principal grupo de risco é dos pobres; associe-se aos movimentos comunitários que já estão se formando para dar apoio a eles. E não se esqueça dos velhinhos, dos portadores de doenças crônicas, das pessoas confinadas em instituições, dos presidiários.
- Aproveite para se aprimorar. Leia muito. Busque aprender coisas novas a cada dia. Frequente a internet moderadamente e sempre procurando se informar e não se distrair com coisas supérfluas. Faça caminhadas e outras formas de exercício. Resista ao chamado da sua geladeira.
- Vá atrás de sua máscara e da possibilidade de fazer a testagem. Ainda não foi? Então corra! E cobre das autoridades que tomem as devidas providências quanto a isso. Sem sair de casa, claro!
- Tente enumerar para si mesmo as lições que a presente situação lhe proporcionou. Aprendeu coisas novas? Tornou-se mais tolerante e resiliente? Conviveu bem com sua família? Resistiu aos impulsos do consumo? Exercitou-se? Foi capaz de não se deprimir? Fez contatos à distância com amigos que há muito tempo não via? Aprendeu a não desperdiçar seu tempo com as redes sociais?
Como deve ser…
Fala sério! Estamos todos muito cansados de ver autoridades, de todos os escalões, mas particularmente no topo da linha, deitarem falação equivocada e até mesmo irresponsável sobre a atual pandemia de Covid-19. Desculpem os leitores, mas vai ser muito difícil mudar de assunto ao longo das próximas – muitas – semanas … Mas quando leio matéria como a do Correio Braziliense do último dia 26 de abril fico mais animado. Eis que ali fala alguém que realmente entende do assunto, o Sub-Secretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage. Não o conheço pessoalmente, mas bem que gostaria, para cumprimentá-lo pela cristalinidade de suas afirmativas e pelo destemor em reconhecer que algumas coisas ele não pode dizer simplesmente porque ainda não tem informação – não porque alguma ordem vinda de cima o impediria, por enquanto, pelo menos. A verdade é que a VERDADE, bem como a presente pandemia, ao contrário do que alguns imaginam, não tem posição política ou ideologia: elas simplesmente se impõem. É assim que deve ser e é o que se denota, felizmente na entrevista de Eduardo. Vamos a ela… Continue Lendo “Como deve ser…”
Covid-19: fenda na caverna ou luz no fim do túnel?
Nem vou falar das manifestações desastradas do Presidente da República, ou de seu novo Ministro da Saúde, este, coitado, mais perdido do que cego em tiroteio. Mas as cenas de cemitérios brasileiros, com aquelas centenas de covas à espera de novos inquilinos, nem de longe são coerentes numericamente com os anúncios de mortes pela pandemia vistos em estatísticas oficiais. A verdade é uma só: está morrendo muita gente no Brasil, mais, muito mais do que o habitual. Trago, a este respeito, algumas informações impactantes, a partir de fonte que me parece confiável, ou seja, um site que congrega dados dos cartórios de registro civil de todo o Brasil. Dizem elas, sobre nossa cidade: em todo o ano de 2019, 864 pessoas morreram de pneumonia ; já em 2020, de janeiro até a abril, em apenas quatro meses, portanto, foram 931 mortes. Sob o diagnóstico de insuficiência respiratória, no ano passado, faleceram 478 pessoas. Em 2020, pasmem, já são 544 casos nos quatro primeiros meses do ano. Mas tem mais! Continue Lendo “Covid-19: fenda na caverna ou luz no fim do túnel?”
Cenas (possíveis) em uma quarentena
Quem deveria dar o exemplo, ignora os fatos. E o que faria as pessoas comuns obedecerem os ditames da ciência ou, pelo menos, do bom senso? Para uns, a mais valia; para outros o pão de cada dia… E vamos nos aproximando da perigosa esquina, da qual não haverá mais retorno. A arte já se antecipou à vida há tempos. Vejam esta narrativa: <<Maior era o espetáculo da miséria da gente miúda e, talvez, em grande parte da mediana; pois essas pessoas, retidas em casa pela esperança ou pela pobreza, permanecendo na vizinhança, adoeciam aos milhares; e, não sendo servidas nem ajudadas por coisa alguma, morriam todas quase sem nenhuma redenção. Várias expiravam na via pública, de dia ou de noite; muitas outras, que expiravam em casa, os vizinhos percebiam que estavam mortas mais pelo fedor do corpo em decomposição do que por outros meios; e tudo se enchia destes e de outros que morriam por toda parte>>. Continue Lendo “Cenas (possíveis) em uma quarentena”
O triunfo das nulidades
Esta semana, a insólita figura pela qual temos a má sorte de sermos governados, sim, ele mesmo, o inominável Messias, em seu destempero habitual, foi à TV, em cadeia nacional, para deblaterar contra as medidas que o mundo todo vem tomando contra a atual pandemia. Contrariou geral, não só os governadores e prefeitos brasileiros que já haviam se antecipado, mas também seu vice Mourão e seu Ministro da Saúde (que logo lhe abriu as pernas docemente), como também os cientistas, a imprensa séria, os governantes do todo o mundo civilizado. Deixou os cidadãos deste país sem saber pra onde ir. Até daquele norte-americano, do qual ele lambe as botas sofregamente, ele se desviou. Como este sujeito não deve ter o hábito de ler jornais, pelo menos os mais sérios, provavelmente ainda não soubesse que seu ídolo havia voltado atrás em tal questão. Mas não lhe faltaram os aplausos de sua legião de aloprados. Parece que a sua reconhecida especialidade de atirar no próprio pé está se aprimorando, tanto que agora consegue alvejar a própria nuca. Mas o pior não seria nada disso, pois o curso de tais acontecimentos poderá dar à sua alcateia de seguidores fanatizados a sensação de que seu “mito” mais uma vez agiu corretamente. Continue Lendo “O triunfo das nulidades”
