É permitido a quem quiser, acreditar que uma ditadura é melhor do que uma democracia para conduzir os destinos de uma sociedade. Só não vale querer a ditadura para os outros e a democracia para uso próprio – e nem achar que os nossos problemas advêm de um “excesso” de democracia. Todo mundo, igualmente, tem o direito de se manifestar sobre a gravíssima situação de saúde que vivemos hoje em dia e, da mesma forma, acreditar que possam existir diferentes formas de abordagem do problema, desde que confirmadas empiricamente com critérios científicos. Cada pessoa, de acordo com suas convicções ideológicas e íntimas, pode defender o retorno às atividades laborais, de forma mais ou menos urgente, desde que isso valha tanto para os mais pobres quanto para os mais ricos. Mas não é lícito sair às ruas dentro de carrões e portando máscaras e exigir isso… dos outros. Muito menos para fazer campanha contra a democracia. Porém, deve ser vedado a qualquer pessoa, em qualquer situação, defender a exclusão de outras pessoas a sejam pobres, sejam velhos, das medidas de proteção defendidas pela ciência. Mas há pessoas para as quais deve haver também restrições taxativas a se manifestarem sobre a situação sanitária atual: aquelas confiaram seus votos, em 2018, a este perfeito exemplar de político imaturo, despreparado, rancoroso, mal informado, necrófilo e desumano que é Jair Messias Bolsonaro. Este sujeito não acredita na ciência e não tem noção do que faz e além disso ainda empurra o povo brasileiro para um fatal desastre sanitário, ao mesmo tempo que ameaça a nossa duramente conquistada Democracia. Seus eleitores devem fazer uma profunda reflexão sobre as repercussões de sua opção nas últimas eleições. Daí poderão se arrepender e até serem perdoados, mas antes disso devem fazer profissão de fé na Democracia, na defesa dos Direitos Humanos, na Solidariedade. Mas atenção: em cartório, com firma reconhecida e perante pelo menos meia dúzia de testemunhas. Em não agindo assim, que se calem! Não é uma questão de negar a liberdade de expressão, mas sim um imperativo ético de manterem o silêncio por absoluta falta de condições morais para opinar sobre tal tema.
