Pois é, o lado ensolarado da História prevaleceu. Comemoremos, mas sem esquecer que as trevas não se dissiparam totalmente. Não falo apenas do que nos aguarda até o dia 31 de dezembro, quando as forças do mal ainda reterão um real poder nas mãos. Já não vamos passar tanta vergonha lá fora, mas é preciso lembrar do que ainda está por vir, neste país dilapidado em suas reservas materiais e simbólicas, com seus cidadãos divididos de forma tão drástica. Recompor tal quadro certamente será tarefa das mais árduas – para um gigante da negociação política, um mestre da resiliência, como Lula. Além do mais, seja qual for o destino que os agentes do obscurantismo tomarem, restarão pestilências no ambiente nacional por muito tempo. O novo governo deverá ter competência e credibilidade para reconstruir e pacificar o país. Nós, que o elegemos, precisamos ter, mais do que paciência histórica, capacidade de conciliar iniciativas individuais e coletivas de apoio, sem embargo de mantermos a vigilância crítica, para não truncar a tarefa de reconstrução. Não é luta apenas para os próximos meses, mas para anos inteiros. É algo que o País certamente ainda não viu em nenhum momento de sua história, mesmo quando deixou para trás as trevas da ditadura militar. Há muito o que fazer na saúde, na educação, no meio ambiente, na segurança pública, na economia e em tantas áreas mais. Mas o primeiro desafio, sem dúvida, será o de superar o estado de verdadeira polarização destrutiva com que nos deparamos até agora e passar a agir com os adversários de ontem de forma comunicativa, educativa, interativa, racional e solidária. Afinal, os partidários do bolsonarismo continuarão vivos e atuantes no cenário. Como trazê-los à luz da racionalidade? É a grande pergunta que se impõe.
Continue Lendo “Luz, mais luz!”Já fez sua escolha para o dia 30?
Eu já fiz a minha escolha e apesar de o voto ser secreto vou revelá-la. Não será a de votar simplesmente em uma pessoa, mas sim nas ideias, premissas e propostas justas e corretas que isso acarreta. Assim, declaro aqui que minha escolha no dia 30 será: pela Democracia, pela Igualdade, pela Justiça Social, pela inclusão, pelo respeito às diferenças, pela liberdade de crença e opinião política. Voto também pelo Estado laico, pelo respeito às leis, pela transparência dos orçamentos públicos, pelas atitudes decentes dos mandatários. Voto também em desfavor do arbítrio, do preconceito, da grosseria, do desrespeito às minorias, da mancomunação com políticos safados, da mercantilização da Fé, da falta de humanidade, do negacionismo, do charlatanismo, das associações espúrias com o crime organizado, da militarização da máquina pública. Contra qualquer forma de censura e de autoritarismo. E de quebra, votarei com a convicção e o orgulho de estar do lado certo da história, com o conforto de ver tanta gente de bem pensando igual a mim, com a imensa alegria de um dia poder prestar contas disso, de peito aberto, aos meus netos e descendentes em geral! Em uma só palavra: VOTO POR UM BRASIL MELHOR, VOTO PELO FUTURO DE NOSSA PÁTRIA! Não é preciso dizer mais nada, não é? Vamos lá: às urnas, meus irmãos!
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E por falar em ações de pessoas de bem, acessem…
Saúde nas eleições presidenciais: o grande vazio
O segundo turno das eleições presidenciais está quase chegando e eu não estou só preocupado como também decepcionado. Explico. Não tive decepções com Bolsonaro; a gente só tem decepções com quem um dia contou com nosso crédito, o que definitivamente não foi o meu caso, pois em relação a tal personagem nunca pintou um clima para mim. Com Lula, parafraseando Guimarães Rosa, tive sentimentos do tipo segundas e sábados, em função das oportunidades que creio terem sido perdidas na Saúde e também na Educação, nos 14 anos de governo do PT. Mas votarei nele, mais uma vez, com o coração. E também com o fígado, digamos assim, pois creio que o afastamento do sujeito que hoje ocupa o poder no país não seria apenas uma questão de escolher o menos pior, ou de querer o bem contra o mal, mas sim algo higiênico e até estético, uma opção entre a civilização e a barbárie. Simples assim. Mas a minha decepção, relativa à Saúde, é ver aquele lá, na sua habitual catarse visceral, falar apenas de suas fixações, mentiras e calúnias para se calar ou se defender com desfaçatez diante do que fez ou do que não fez. Já o outro fala do que realmente fez – e que tem substância, realmente – mas se cala diante do que poderia fazer no futuro, eis que tudo anda mal agora, por obra e (des)graça de inominável, mas que já no governo Dilma mostrava fraturas expostas, com necessidade de reparos urgentes. Mesmo sem deixar de reconhecer os avanços nos governos petistas, lamento que no financiamento e nas relações federativas na Saúde tivemos um quadro estacionário e até regressivo. Mas vamos tentar avançar nessa discussão, lembrando que debate e lives recentes não mudaram em nada minhas disposições a respeito do assunto aqui em pauta (e nem sei se terá mudado em alguém).
Continue Lendo “Saúde nas eleições presidenciais: o grande vazio”Um Encontro Marcado
Temos um encontro marcado neste próximo domingo, dia dois de outubro. Não entre você e eu ou um grupo de amigos, mas com valores muito mais profundos, como Liberdade, Dignidade, Esperança, respeito aos diferentes, confiança entre as pessoas – a busca da Verdade, enfim.
Não vamos simplificar ou minimizar o desafio que o país tem pela frente, como já o fazem muitos, cada qual olhando para o seu lado ideológico: não se trata apenas de uma luta do bem contra o mal, mas sim de uma decisão que irá afetar o futuro de nós mesmos, de nossos filhos e netos, além de toda a população do Brasil, principalmente sua parcela mais sofrida.
Amigos, esta mensagem não parte de um militante partidário e não pretende fazer ninguém mudar de opinião; ela serve apenas para convidar a uma reflexão. Igualmente, não falo aqui, desta vez pelo menos, do tema da Saúde, eis que os problemas e desafios presentes no cenário são muito mais amplos, passando pela próprio noção de Cidadania, nos termos que nos foram legados pela Constituição de 1988.
Continue Lendo “Um Encontro Marcado”Saúde nas eleições para Presidente
Penso que está havendo pouca clareza e profundidade nas discussões do tema da saúde para as próximas eleições presidenciais. Para falar a verdade, nas locais também. Neste sentido, trago aqui aos leitores a chamada Agenda Mais SUS, uma realização do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde e da Umane que tem o objetivo de contribuir com o debate público eleitoral e subsidiar a próxima gestão do Governo Federal a partir de propostas concretas para o Sistema Único de Saúde (SUS). A Agenda se destina também a gestores(as) públicos, pesquisadores(as), organizações da sociedade civil e à toda a sociedade. Este documento apresenta as propostas da Agenda para garantir uma melhora do bem-estar de todos os brasileiros e brasileiras através de uma expansão qualitativa e quantitativa do SUS. As proposições foram formuladas e priorizadas a partir dos principais achados da coletânea “Mais SUS em Evidências” em conjunto com organizações parceiras, especialistas em saúde pública e gestores públicos, atendendo a critérios de viabilidade técnica e política, bem como uma base de princípios norteadores. Esses achados foram sintetizados em quatro desafios: i) o crescimento da tensão entre necessidades financeiras e sustentabilidade do SUS, frente ao baixo nível de gasto público na saúde; ii) o sucesso da expansão da Estratégia de Saúde da Família na Atenção Primária e a estagnação desse processo em anos recentes; iii) a piora da saúde mental dos brasileiros e brasileiras nos últimos anos, simultânea à uma desconfiguração gradual das principais políticas públicas de acolhimento e tratamento, e; iv) o legado de procedimentos represados durante a pandemia, que elevará a demanda por saúde nos próximos anos e pressionará o SUS por mais financiamento e uma organização mais eficiente. Saiba mais…
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