O Brasil é um país estranho. Há generais que defendem a democracia; um ex ator pornô que agora é paladino da moralidade; um juiz que toma parte na acusação de seus réus; um defensor da probidade que contrata para seu gabinete uma vendedora de açaí que continua em seu negócio a mais de mil km de distância. Só faltava esta, vejam só: … uma figurinha carimbada do mercado financeiro, Armínio Fraga, se mete a dar palpites sobre o SUS. Mas, preconceitos à parte, não é que ele tem razão em muitas das coisas que diz? Ele, ex-presidente do Banco Central no governo FHC e agente bem sucedido no mercado financeiro, aqui e alhures, seria uma pessoa cuja opinião certamente não seria valorizada pelos defensores do SUS. Rico, tucano, queridinho dos mercados, executivo e professor de sucesso no exterior, este cara seria o último da fila a ser ouvido pela militância, em busca de sugestões para o aperfeiçoamento do nosso sistema de saúde. Armínio tem o perfil de quem jamais precisou do SUS e nem precisaria. Exceto, talvez, se fosse candidato a um transplante (mas que Deus o livre, claro!). Continue Lendo “Armínio Fraga, quem diria, mereceria ser ouvido quando fala da saúde”
Será que este Governo pode “cometer” acertos?
Deste governo federal altamente eficiente em, digamos, errar o alvo de seu Golden Shower (ou, para os entendedores menos capciosos, urinar fora do local apropriado…), a produção de algum fato positivo é digna de menção. Este parece (por enquanto, pelo menos) ser o caso do anúncio das mudanças nos critérios de financiamento da atenção básica pelo SUS, anunciadas recentemente pelo Ministério da Saúde. A proposta é que o repasse de recursos aos municípios leve em conta também o quantitativo de pessoas cadastradas nas equipes de Saúde da Família, além do desempenho das mesmas, considerando ainda indicadores de qualidade da atenção. Além disso, espera-se contemplar com tal modelo aspectos como a vulnerabilidade dos usuários do sistema e a distância dos municípios em relação aos grandes centros. A discussão está começando e já gera polêmica. Alguns acham que ela compromete o princípio da universalidade do SUS; outros, que ela corrige distorções e servirá para aferir a real cobertura de tal modelo de atenção. Continue Lendo “Será que este Governo pode “cometer” acertos?”
