Reformas Leoninas na Saúde

Deu na imprensa local (ver link) que a vice-governadora do DF, Celina LEÃO anunciou medidas que segundo ela “vão minimizar o caos na saúde pública” em nossa cidade. Entre outras novidades declarou que representantes do Executivo realizarão reuniões com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), com o intuito de aumentar a capacitação dos profissionais de saúde e ampliar a oferta de médicos especialistas. Entre as estratégias discutidas está o fortalecimento das unidades básicas de saúde (UBS), entre outras medidas e também a “ampliação da mão de obra” nas mesmas. Afinal, diz a Sra. Leão, não só em tais unidades básicas, mas também em “outros locais”, são tratadas as “doenças cardiológicas e as doenças diabéticas”. Admite em todo caso que a prevenção e o atendimento inicial nas UBS são essenciais para evitar que os pacientes cheguem com complicações às Unidades de Pronto Atendimento (UPA), onde deverá ocorrer a devida “triagem”, além de “exames de rotina”.  Vale comentar as expressões entre aspas, pelo menos.

[ATENÇÃO: A PARTIR DESTA DATA AS POSTAGENS DE “SAÚDE NO DF” SERÃO MENSAIS, SEMPRE NO PRIMEIRO SÁBADO DE CADA MÊS.]

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O Entorno, mais uma vez (que certamente não será a última)…

Entorno ou transtorno? O trocadilho pode parecer infame, mas certamente se equipara à recente troca de amabilidades entre os excelentíssimos governadores do DF e de Goiás, tendo este último debochado da rima do nome de Ibaneis, com pequenez. Poderia ser pior, com pequinês, por exemplo, mas não se chegou a tanto. A questão que os moveu, uma vez mais, é a mesma de sempre: a ultrapassagem das fronteiras federativas para a busca de atendimento à saúde em Brasília. Isso certamente acontece com intensidade na presente pandemia, mas na verdade vem acontecendo historicamente desde que o “quadradinho” se emancipou de sua Terra Mater, já se vão mais de 60 anos. Parece que as autoridades locais não se lembram – ou se esquecem de propósito – que quem vem dos territórios vizinhos para trabalhar aqui vem também para fazer compras, utilizar serviços pagos e realizar outras atividades que contribuem para a economia do DF. Além do mais, a Constituição assegura o direito de ir e vir (até agora, pelo menos). A solução para isso não está em colocar barreiras e catracas, criando assim um apartheid interfederativo peculiar. Caiado e Ibaneis, pelo visto, se espelham no Átila do Alvorada no negacionismo da pandemia, mas também na imitação da truculência de tal personagem. Desta vez o ruralista goiano fez “bingo”; de outra, a vitória poderá ser do rábula local. Mas uma coisa é certa: quem perde é o povo dos dois lados da fronteira (que em alguns lugares não passa de uma simples rua). Agora, falando sério, excelências: que tal tratar este assunto com maior profundidade e responsabilidade?    

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O Saúde no DF tem jeito?

Tentar responder a pergunta acima pode deixar muita gente desanimada e pessimista… Com efeito, se observarmos as manchetes locais, sejam atuais ou de 10 ou mesmo 20 anos atrás, vamos encontrar o nosso sistema de saúde como personagem quase central, com menções sobre carências diversas, tais como, leitos hospitalares, medicamentos, pessoal, recursos financeiros etc. O mesmo nos dias de hoje. O atual governo já completou meio ano de vigência e, apesar das promessas mirabolantes de campanha, trouxe pouca novidade positiva ao cenário, assoberbado como está pela crise hospitalar, pelo déficit financeiro, pela sofreguidão corporativa, pela descrença generalizada da população, pela incapacidade de desenvolver planos reais de mudança no sistema. O mesmo, portanto, que em dias, meses (e anos) passados. Mas sempre caberá a indagação: será que isso tudo tem jeito? Não sucumbamos ao desânimo, entretanto. Experiências de outas cidades e países, além da palavra de especialistas, mostram sim, um caminho a seguir. Mas para isso é preciso ter decisão política e, acima de tudo, muita coragem para agir e fugir da situação de eterna acossada, a qual a SES-DF enfrenta a décadas. Vamos lá… Continue Lendo “O Saúde no DF tem jeito?”