Este ano infeliz felizmente já se finda. Pelo retrovisor, é hora de analisar os acontecimentos que o compuseram. Ou, quem sabe, seria melhor esquecê-los? Não! Melhor lembrar, para não corrermos o risco de esquecer o verdadeiro nó cego em que fomos colocados, graças à escolha insensata de um punhado de brasileiros que pareciam, em 2018, não ter os pés na realidade. Um tanto deles ainda estão em tal posição, embora com pés trocados pelas mãos, agora atolados na lama até o pescoço e com os joelhos no chão. Brasil acima de tudo e Deus acima de todos – e alguns idiotas por fora de tudo – eis o lema que define essa gente. Mas agora há luzes no horizonte e embora não haja garantia de que não virão muitas dificuldades pela frente, sempre serão luzes. E através deste túnel que parecia não ter fim chegamos finalmente a um lugar mais arejado e claro. Assim, toca a fazer uma retrospectiva de 2022, valendo para o País e para o DF, como convém a esta época do ano.
Continue Lendo “Retrospectiva 2022 (o ano que já devia ter se encerrado…)”“O que eu faço não serve para mim, serve só para os outros”…
O Governador do DF acaba de lançar, alegremente, um Plano de Saúde para os servidores do governo local. Há cerca de dois anos, em dezembro de 2018 mais precisamente, tendo tal proposta surgida no Governo Rollemberg, escrevi sobre a mesma um artigo chamado SUS, o santo de casa que não faz milagre. Nele, lembrei-me da história de um vizinho de bairro na BH dos anos 50, gerente da Cia. Antarctica, mas apreciador da cerveja Brahma e que passava por apuros sérios quando queria saborear sua favorita, pois não poderia ser visto, em hipótese alguma, cometendo tal tipo de infidelidade profissional e etílica. Em outras palavras: aquele lugar onde se trabalha não conta com a confiança de quem ali presta serviços. “O que eu faço para os outros não é o bastante para mim” – é clara a mensagem. Isso me veio à mente diante da notícia que os servidores públicos do DF, os da saúde inclusive, estarão dispensados de utilizar os serviços do SUS. Em outras palavras: SUS apenas para “os outros”, o povo, os comuns, os não-ungidos…
Continue Lendo ““O que eu faço não serve para mim, serve só para os outros”…”O “transtorno” do Entorno: Decreto de Ibaneis impede atendimento de casos de Covid-19 vindos de fora do DF
O governador do DF, Ibaneis Rocha, assina nesta quinta-feira (14/5), decreto, em fase final de preparação, que impede pacientes do Entorno, portadores da Covid-19, serem atendidos na rede pública de Saúde da Brasília. É uma ideia antiga do Governador que, mesmo antes da pandemia, defendia brecar a suposta sobrecarga trazida por tais pacientes no DF. Informa a imprensa (ver link ao final) que o GDF estaria tentando, sem sucesso, um acordo com o estado de GO neste sentido. Os vizinhos goianos, todavia, retrucam, alegando que tal decisão causa estranheza e que na verdade havia diálogo entre as partes, em busca de cooperação. História antiga esta… Continue Lendo “O “transtorno” do Entorno: Decreto de Ibaneis impede atendimento de casos de Covid-19 vindos de fora do DF”
Mais um ano se passou na saúde do DF
Um ano se passou e o GDF, como é costume nos aniversários de governo, comemora seus feitos . Na saúde, sinceramente, não chego a dizer que os resultados são falsos, mas o que se mostra é uma série de números pouco expressivos. Pode ser até que traduzam bons resultados em algumas áreas, mas do ponto de vista de comunicação e, principalmente, de demonstração de alguma ação articulada e voltada para as reais necessidades da população, os números apresentados, frios como uma lápide, pouco ou nada dizem. Continue Lendo “Mais um ano se passou na saúde do DF”
Um “bom governo” seria possível, de fato, no DF (ou alhures)?
O poeta russo Maiakowski disse, num poema famoso, ter ouvido dizer que em alguma parte do mundo haveria um homem feliz, “ao que parece, no Brasil”… Se sua procura fosse por um governo bem aceito pelos cidadãos, penso que as dificuldades em encontrá-lo seriam ainda maiores. No Brasil – ou no DF, por exemplo – isso seria praticamente impossível, pois se há uma coisa rara nos dias de hoje, aqui e alhures, é o que se poderia chamar de “um bom governo”. Mesmo homens (ou mulheres) felizes já seria uma raridade… Maus exemplos é o que não falta. Na República, por exemplo, um “meme” recente, mas já consagrado, diz que seria fácil enumerar os defeitos do atual governo, o problema mais difícil seria enumerar seus acertos. Temos realmente um cenário de administrações em condições adversas, operadas por gente equivocada e convencida que “ideologia” é só a dos outros, além do mais produzidas por um eleitorado dividido e mal informado, em um campo minado não apenas pela crise econômica, mas também por um cataclismo simbólico e moral que acomete os políticos de todos os naipes e matizes ideológicos, como acontece no Brasil de hoje.
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