Corrupção na Saúde: tem jeito?

Leio e ouço na mídia que toda a cúpula da Secretaria de Saúde do DF foi exonerada. Não tanto preventivamente, porque uma parte dos atingidos já tinha processos em andamento contra si. Não excluo a possibilidade, também, de que essa demissão em massa sirva para juntar alguns inocentes ao rol dos verdadeiros culpados, como o papel que acompanha o bombom que se bota fora. Repete-se assim, também aqui no DF – e não de forma inédita – um acontecimento que virou triste rotina em quase toda parte do Brasil. E quem achava que o estado de emergência desencadeado pela Pandemia poderia amainar tais propensões para o peculato, se enganou, pois o que se vê, junto com o aumento de infectados e de mortos pela Covid 19, é uma escalada das operações policiais, judiciais e administrativas relativas aos desvios. É imoral, claro, roubar diante de uma situação de ameaça à saúde pública, mas é bom lembrar que fora disso também o seria. Conclusão: é algo imperdoável, de fato. Ibaneis posa agora de justiceiro destemido, de dirigente que não tolera a corrupção, de defensor intransigente da coisa pública. Mas isso não resiste a um olhar mais agudo. Esta turma toda foi nomeada por ele e até bem pouco tempo atrás gozava de total prestígio. Será que só agora o governador descobriu os malfeitos que que vinham praticando, desde longa data? Mas a grade questão é: seria possível evitar a nomeação de gente assim tão “descuidada” para ocupar cargos públicos? Eu acho que a resposta é positiva, quase sempre – acompanhem meu raciocínio.

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