Liderança é essencial na Saúde

Escutando e lendo notícias sobre o andamento da vacinação anti-covid no DF percebo algo que me desafia a vontade de especular. Há lugares em que a vacinação ocorre sem maiores transtornos, com esperas de meia hora ou menos e outros em que o atraso é de horas, com filas atravessando quadras inteiras e até mesmo movimentos de revolta por parte dos que esperam sua vez, além de informação zero. Como é que pode? De um lado, há unidades que organizam até brincadeiras e música para acolher os vacinantes; de outro, há aqueles que até nove ou dez horas da manhã ainda não abriram as portas, à espera sabe-se lá de que. Não estamos, afinal, na mesma cidade, teoricamente submetidos às mesmas normas, com o mesmo órgão gestor a coordenar os trabalhos, distribuir as vacinas, estabelecer regras relativas a horários e compromissos de servidores e gerentes? Até parece que não é bem assim, dado o mosaico de situações que aparecem no noticiário, muitas delas totalmente negativas. Isso me remete a reflexões antigas. Vamos a elas…

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Enfermagem e liderança na Saúde

As profissões da enfermagem, que correspondem a mais de 2/3 da força de trabalho em saúde no Brasil, são reconhecidas mundialmente como componente humano fundamental para se alcançar acesso e cobertura universal. A atual crise sanitária e humanitária da Covid-19 colocou em destaque a importância desta profissão, formada por enfermeiras, técnicos e auxiliares, que têm estado na linha de frente da resposta à crise, seja na gestão, na pesquisa, na vigilância epidemiológica ou, majoritariamente, na assistência aos casos da doença, para não falar na liderança das campanhas de vacinação. Não é por acaso que tal atuação na linha de frente da pandemia tem trazido consequências dramáticas para os profissionais de enfermagem, entre os quais se contam, só nos primeiros meses de 2021 no Brasil, mais de 55 mil casos confirmados e mais de 700 mortes por covid-19. Apesar de sua notória importância e de a enfermagem ser a categoria da saúde mais afetada pela pandemia no Brasil, na prática, são tímidas as iniciativas de trazer mais valorização e produzir mudanças substantivas na prática profissional da enfermagem, que historicamente tem sofrido com condições de trabalho inadequadas, baixa remuneração, vínculos contratuais frágeis, múltiplos vínculos empregatícios, sobrecarga e alta rotatividade, o que por vezes culminam no êxodo da profissão. Isso tudo se soma à noção equivocada, inclusive do ponto de vista semântico, de que são profissionais “para” (servir) médicos. Vamos começar por aí. Este “para” (de paramédicos) é o mesmo de paralelo, ou seja, o que está ao lado. Mas, convenhamos, que tal ao invés de paralelismo começarmos a pensar em convergência? E até mesmo em liderança em muitas ações de saúde?

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