Como vive dizendo aquele conhecido delinquente que ora ocupa a Presidência da República, “um dia todo mundo vai morrer”. Mas há mortes que poderiam ser evitadas em muitos casos e até constitui crime verdadeiro não dispor os meios para evitá-las. Assim, conhecer o perfil de mortalidade, não só em nossa cidade, mas na realidade geográfica mais abrangente, é fundamental para aferir as condições de saúde e doença da população e em consequência propor e executar políticas públicas consequentes. Assim, é preciso saber onde e quantos morrem, do que morrem, com que idade e as circunstâncias do óbito, não só para o devido planejamento, como para avaliar o acesso, a qualidade e a eventual reorientação das ações de prestação de cuidados à saúde. Dentro deste espírito é que trago aqui um relatório elaborado pela SES-DF (ver link ao final) a partir da análise do sistema nacional de informação sobre mortalidade (SIM), que registra dados de todos os óbitos de residentes ou ocorridos no Distrito Federal em instituições públicas, privadas, em domicílio ou via pública, com foco apenas no perfil de mortalidade entre os residentes locais. O ano base é o de 2018, o último disponível. Há relatórios também relativos à mortalidade Infantil, fetal e materna, que serão trazidos aqui oportunamente.
Continue Lendo ““Um dia todo mundo vai morrer”, mas que não seja antes da hora…”Doenças no Planalto Central: passado e presente
Se há uma coisa sobre a qual os saudosistas se enganam é no que diz respeito às condições de saúde da população, no Brasil inclusive. Em relação a governos passados, certo saudosismo até faz sentido. Isso pelo menos até o aparecimento da pandemia de covid e de seus agentes propulsores, principalmente os de natureza política, mais ainda do que os biológicos. Aqui no Planalto Central, por exemplo, temos hoje condições de saúde muito melhores do que à época da construção da cidade, quando a mortalidade infantil no país chegava ou até passava de 100 por mil nascidos vivos (hoje em média é 22, mas em algumas localidades não passa de um dígito) e a expectativa de vida pouco ia além dos 50 anos (hoje ultrapassa os 72). E assim como estes indicadores, muitos outros. É certo que alguns tipos de câncer, os traumatismos, as doenças mentais e as condições ligadas ao estilo de vida estão em ascensão nos dias de hoje – nada é perfeito. Mas a verdade é que, em termos proporcionais, morre (e nasce) muito menos gente do que no passado. Encontrei algumas informações interessantes sobre tal assunto, não da época da fundação da cidade, mas de ainda muito antes, quando esteve aqui a Missão Cruls, encarregada de fazer as primeiras demarcações do DF, na última década do século XIX. Assim, fugindo à regra dos últimos tempos, não comentarei nada sobre a atual pandemia de Covid, embora, infelizmente, continue a falar de doença e morte. Sinto muito.
Continue Lendo “Doenças no Planalto Central: passado e presente”