Covid não é só uma questão de álcool-gel, vacina e isolamento…

Tenho chamado atenção aqui e isso está claro também na literatura, inclusive internacional, sobre a contribuição da atenção primária à saúde (APS), aqui considerada em sua acepção completa e não improvisada, no controle da atual pandemia. Com efeito, fala-se muito em máscaras, álcool gel, isolamento social, testagens, vacina e outras medidas, todas muito importantes, mas também tal item estratégico, ou seja, a maneira como se organiza o modelo assistencial, deveria fazer parte de todas as recomendações relativas ao enfrentamento da atual situação. Esta representa, aliás, o maior problema sanitário que várias gerações viveram, seja no Brasil ou no Mundo. Mas falar de APS, ou melhor, de uma APS adequada, deve deve incluir obrigatoriamente: (a) responsabilização, em termos transversais e longitudinais, incidindo sobre pessoas, famílias e comunidade; (b) processos diferenciados de trabalho, que dizem respeito a equipes multiprofissionais, acompanhamento domiciliar, abordagem epidemiológica, acolhimento e utilização de indicadores de satisfação; (c) intervenções baseadas em evidências clínicas, epidemiológicas, sociais, financeiras; (d) atuação proativa, em termos de identificação e vinculo da clientela, além de coordenação do processos de atenção como um todo; (e) gestão da saúde em termos populacionais. A este respeito, a Organização Panamericana de Saúde no Brasil (OPAS), com apoio do Ministério da Saúde (o qual, se não atrapalhar, na atual conjuntura, já ajuda bastante) acaba de divulgar uma interessante coletânea de experiências, que você conhecerá a seguir.  

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Cenários e desafios atuais da Saúde no Brasil, na visão de quem realmente conhece o tema

A OPAS-Brasil acaba de dar à luz uma pesquisa qualitativa que explora as percepções de diferentes atores estratégicos sobre a sustentabilidade do SUS. Os critérios adotados para a amostragem dois entrevistados incluíram o domínio de informações acerca do SUS em termos de sua concepção e operacionalidade, fazendo parte da amostra ex-ministros da saúde, secretários estaduais de saúde, secretários municipais de saúde, membros da academia, dirigentes de hospitais privados e públicos, dirigentes de empresas de planos e seguros de saúde, dentre outros. Foram convidadas 176 pessoas, sendo que 86 responderam. Em suma, a maioria dos entrevistados converge sobre a necessidade de se realizar mudanças no SUS, sem deixar de apontar os riscos de transformações na estrutura e organização do sistema de saúde brasileiro no atual contexto político e econômico vivido pelo país, encarecendo a necessidade de mais diálogo com a sociedade como estratégia para transformar o SUS sem abrir mão do direito à saúde. Continue Lendo “Cenários e desafios atuais da Saúde no Brasil, na visão de quem realmente conhece o tema”

O SUS, em seus 30 anos, fez bem para a saúde dos brasileiros?

A resposta a esta pergunta parece óbvia… Apesar de todos os seus problemas, o SUS continua sendo muito mais do que um sistema do qual se poderia dizer apenas que é “melhor do que nada”. Ou que é inferior ao sistema do antigo INAMPS. É muito mais do que isso: o contrário dele, ou sua ausência, seria a barbárie… A este respeito, a OPAS Brasil acaba de lançar a publicação ‘30 anos de SUS – Que SUS para 2030?’, que sintetiza alguns dos maiores conhecimentos e experiências acumuladas no Sistema Único de Saúde (SUS), com perspectiva de contribuir para que o Brasil alcance as metas da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Continue Lendo “O SUS, em seus 30 anos, fez bem para a saúde dos brasileiros?”

Os enfermeiros e a Atenção Primária à Saúde

Escrevendo esta nota de maneira um tanto rápida, não pude apurar números exatos, mas creio que se pode afirmar que existem, no DF e seu Entorno, talvez uma dezena de cursos superiores de enfermagem, que colocam no mercado algumas centenas de profissionais e cada ano. Fico curioso em saber onde vão essas pessoas cumprir seu destino profissional. Acredito que a maioria é daqui e aqui deve ficar, até porque existem cursos dessa natureza em quase toda parte no Brasil, e assim as migrações não fariam muito sentido. A maioria dos formandos talvez procure seu primeiro emprego em hospitais. Afinal, é a este tipo de estabelecimento que se associa mais frequentemente o papel da enfermeira(o), desde os tempos Nightingalianos… Continue Lendo “Os enfermeiros e a Atenção Primária à Saúde”

Seminário OPAS sobre Atenção Primária à Saúde em Brasília

“Atenção primária à saúde: estratégia chave para a sustentabilidade do SUS”, é o título do evento que a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), com o apoio de Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e Banco Mundial, fará realizar em nossa cidade, entre os dias 17 e 18 de abril de 2018, em comemoração ao trigésimo aniversário do sistema brasileiro de saúde. Um grupo de convidados, nacionais e internacionais, deverá analisar e discutir, a partir de estudos de resultados de casos que indicam e comprovam que a Atenção Primária à Saúde (APS) representa uma estratégia indispensável para enfrentar os desafios da sustentabilidade de sistemas universais, como o SUS. Assim, serão apresentadas e debatidas evidências e experiências relativas aos resultados da estratégia de APS nas seguintes dimensões: (1) Melhoria dos indicadores de saúde; (2) Eficiência do sistema e integração da atenção; (3) Cuidado efetivo dos portadores de condições crônicas; e (4) Fortalecimento dos recursos humanos, entendida como ação essencial para alcançar a APS forte.  Continue Lendo “Seminário OPAS sobre Atenção Primária à Saúde em Brasília”