Entre o pensamento desejoso e a dialética do exagero

No campo da saúde pública, Gastão Wagner de Souza Campos é uma daquelas pessoas imprescindíveis, para parafrasear Brecht. Professor universitário, gestor público com várias passagens na saúde, professor, escritor, pensador. Acima de tudo uma mente brilhante e criativa. Tive a honra de ter sido prefaciado por ele em meu livro Saúde da Família: Boas Prática e Círculos Virtuosos. Ninguém mais gabaritado do que este goiano-campineiro para falar sobre o SUS, seja em sua defesa ou mesmo em críticas pertinentes. Em entrevista recente ao site Outra Saúde (ver link ao final), Gastão fala de um livro recém lançado por ele e outros autores da Unicamp, onde é docente, intitulado “Nas entranhas da atenção primária à saúde”,no qual eledefende que esta modalidade de atenção (no Brasil, Estratégia de Saúde da Família) teve o poder de enraizar o SUS na sociedade brasileira, com resultados celebrados mundialmente. Enquanto não tenho acesso ao livro, levanto algumas respeitosas discordâncias quanto a algumas das colocações de Gastão, relativas ao momento atual do SUS. Mas lembro que meu objetivo maior aqui é chamar atenção para certos desvios (embora bem intencionados) que os defensores do SUS por vezes cometem, quais sejam, certo exagero a respeito dos feitos do mesmo ou a narrativa de fatos que aconteceram mais na mente dos militantes do que no mundo real.

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