O DF faz parte de uma nova Região Metropolitana do país, englobando 11 municípios do seu Entorno. As Regiões Metropolitanas (RM) são recortes instituídos por lei, por determinação da Constituição Federal de 1988, tendo como objetivo integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Tal discussão é antiga e já deu origem a variados instrumentos legais e normativos, o mais duradouro deles intitulado de RIDE-DF (Região de Desenvolvimento Integrado do DF), criado na tentativa de estabelecer alguma ordem e racionalidade em um território que era visto pejorativamente como nem-nem (nem Goiás, nem Brasília). As seguintes cidades compõem a atual Região Metropolitana do Entorno do DF: Águas Lindas; Cidade Ocidental; Cocalzinho; Cristalina; Formosa; Luziânia; Novo Gama; Padre Bernardo; Planaltina de Goiás; Santo Antônio do Descoberto, além de Valparaíso. Sobre este assunto cabe uma expressão que já utilizei aqui: Entorno ou transtorno? O trocadilho pode parecer infame, mas certamente tem como mote principal a ultrapassagem das fronteiras federativas para a busca de atendimento à saúde em Brasília. Isso certamente vem acontecendo historicamente desde que o “quadradinho” se emancipou de sua Terra Mater, já se vão mais de 60 anos. Parece que as autoridades locais não se lembram – ou se esquecem de propósito – que quem vem dos territórios vizinhos para trabalhar aqui vem também para fazer compras, utilizar serviços pagos e realizar outras atividades que contribuem para a economia do DF. Além do mais, a Constituição assegura o direito de ir e vir (até agora, pelo menos). A solução para isso não está em colocar barreiras e catracas, criando assim um apartheid interfederativo peculiar, como volta e meia alguma de suas excelências, os governadores, intentam.
Continue Lendo “Entorno, mais uma vez”Os Heróis das Quebradas e o SUS que dá certo
Os livros de história falam sempre dos grandes heróis. Dos Alexandres, dos Quixotes, dos Napoleões, dos Caxias, dos Oswaldo Cruz, dos Churchills e tantos outros. Sancho Pança não costuma ser lembrado… Aqueles lá, os ilustres, são importantes, mas suas vitórias não seriam possíveis se abaixo – ou por detrás – deles não existisse uma legião de gente humilde e anônima. É estes que eu chamo de “Heróis das Quebradas”, pequenos, mas totalmente insubstituíveis! E eles são importantes na saúde também. Nem sempre a marca do que fazem aparece e ganha destaque, porque tem sempre um “grande-herói”, notório e celebrado midiaticamente, para receber as comendas da vitória. Pensando nisso, fiz um pequeno esforço para encontrar alguma “marca dos pequenos heróis” nas ações de saúde, aqui no DF, indo procurar na seção de notícias da SES-DF o possível relato desses feitos. Para tanto, busquei aquilo que se faz nas unidades de Saúde da Família e nos Centos de Saúde da periferia, nos hospitais, nos serviços de vigilância, nos laboratório e outros mais – não nos gabinetes refrigerados, por certo. Levantei apenas a primeira quinzena do mês de fevereiro de 2020, para ter uma ideia geral. Primeira constatação: de mais de 70 notícias, apenas 27 diziam respeito a realizações das (centenas) unidades de prestação de serviços diretos ao público do nosso sistema de saúde. Mas ainda assim havia muita coisa relevante ali… Continue Lendo “Os Heróis das Quebradas e o SUS que dá certo”
