Leio no Boletim Informativo da SES-DF (ver link abaixo) sobre a realização de um treinamento para de enfermeir(a)os, visando capacitá-los a reforçar, padronizar e aprimorar na atenção primária, dentro de uma estratégia de escuta qualificada das demandas dos usuários e aumento da capacidade de resolução nas UBS. O curso tem dinâmicas participativas, com propostas específicas para suas UBS, a serem desenvolvidas pelos próprios alunos. A finalidade principal é preparar cerca de 250 enfermeiros em práticas de acolhimento, para que possam dar soluções às queixas de pacientes eventualmente não agendados, além de aprimorar e humanizar o atendimento. Ótimo! Melhor, impossível! Tenho defendido aqui um papel diferenciado e estratégico para as enfermeiras e enfermeiros no sistema de saúde e acredito que os propósitos da SES-DF estão em perfeita sintonia com isso. Chega de considerar tais profissionais apenas como “paramédicos”, palavra que mais confunde do que esclarece os verdadeiros e mais legítimos atributos de tal categoria. Afinal, este “para” é o mesmo de paralelo, ou seja, o que está apenas “ao lado de alguém ou alguma coisa”. Mas, convenhamos, que tal ao invés de paralelismo começarmos a pensar em convergência e até mesmo em liderança em muitas ações de saúde? Aproveito para trazer de volta algumas das discussões sobre isso, que já estiveram presentes as comunicações semanais deste blog.
Continue Lendo “Avante, Enfermagem!”Prescrição por enfermeira(o) em tempos de Coronavirus: pode? Deve!
Parece que a moda de dar um passo à frente e dois para trás pegou pra valer no Brasil. No Planalto isso acontece quase todo dia, é bem verdade que com preferência pelos passos em pujante marcha a ré. Aqui no DF a Secretaria de Saúde baixou portaria em janeiro pp. permitindo que as enfermeiras (e seus colegas masculinos) pudessem prescrever alguns medicamentos nas unidades de saúde – um avanço, sem dúvida. Um mês depois, todavia, mudou de ideia intempestivamente e revogou o dispositivo, alegando a necessidade de fazer estudos mais aprofundados. Tudo bem, mas seria de se esperar que tais estudos (seriam realmente complexos e herméticos?) já tivessem sido executados quando da publicação da portaria em janeiro. Mas tal não foi o caso. E no resto do mundo, dito civilizado, como acontece? No Reino Unido, Estados Unidos e Canadá, por exemplo, isso já é um dever de tais profissionais, que ficam assim mais gabaritados a assistir de forma plena os pacientes. Organismos internacionais como a OMS e seu ramo para as Américas, a OPAS, têm defendido uma “prática avançada da enfermagem”, na qual estão previstas as prescrições de exames e de medicamentos. Em tempos pandêmicos (não só em relação a virus, mas também nas besteiras perpetradas pelas autoridades, tal discussão passa a ser essencial! Continue Lendo “Prescrição por enfermeira(o) em tempos de Coronavirus: pode? Deve!”
