Parcerias público-privadas no Brasil: assunto permanente na mídia e nas mesas de decisões do setor público, mas sempre causando alguma polêmica. Na saúde (e no DF), então, nem se fala… De minha parte, sou favorável a tais parcerias, mas ao mesmo tempo declaro-me partidário de um Estado competente e probo em contratá-las, fiscalizá-las e, se for o caso, denunciá-las e cancelá-las. E que seja, também, um Estado transparente e fiscalizável… O assunto vem à tona neste momento porque leio na mídia que está sendo promovido um grande mutirão de cirurgias realizadas em hospitais privados, mediante custeio provido pela SES-DF (ver link). Já foram atendidas mais de 3,2 mil pessoas nos últimos quatro meses, com procedimentos de hernioplastia, colecistectomia e histerectomia. Os recursos totais alocados estão na ordem de R$ 20 milhões e sete hospitais privados do DF se associaram à iniciativa: Águas Claras, Anchieta, Daher, Hospital das Clínicas, HOME, São Francisco e São Mateus. Pode ser que nem todos sejam tão santos como alguns de seus nomes indicam, mas se estiverem sendo fiscalizados e acompanhados de forma honesta e competente, tudo bem. O atendimento inclui não só a intervenção cirúrgica, como também a internação e as consultas pré e pós-operatórias. Os hospitais recebem de acordo com o número de procedimentos realizados (aí mora um grande perigo!). Vou comentar tal assunto, referente às parcerias público privadas em saúde, não pela primeira vez aqui no blog, mas agora tendo como foco um documento que uma entidade que congrega representantes da iniciativa privada em saúde no Brasil, o Instituto Coalizão Saúde (ICOS), vem divulgando, no qual estão incluídas propostas de ampliação de tais parcerias entre o Poder Público e o setor privado em saúde.
Continue Lendo “Parcerias público-privadas na saúde: confiar desconfiando…”Tem remédio?
Matéria do Correio Braziliense do dia dois de maio (2018) nos alerta que há falta grave de medicamentos de alto custo nas farmácias mantidas pela SES-DF. Isso chega a 25% dos 200 itens oferecidos pelo sistema público, com carências específicas para doenças como anemia associada à insuficiência renal crônica, rejeição de órgãos transplantados, artrite reumatoide, asma, leucemia, doenças inflamatórias do intestino, antidepressivos, Doença de Parkinson, doenças pulmonares, esquizofrenia e por aí vai. Segundo a matéria, estima-se que seriam necessários pelo menos R$ 270 milhões para comprar tais medicamentos em 2018, valor que se soma aos R$ 15 milhões que Ministério da Saúde destina à SES-DF para tal finalidade. O Executivo local garante que todos os processos de compra estão em dia, mas não há prazo para os estoques serem regularizados. O repórter Otavio Augusto me pediu uma entrevista, a que eu acedi de bom grado, como sempre faço. Mas, talvez, pela pressa habitual nas redações, foi destacado apenas o meu comentário sobre a questão orçamentária da SES-DF, mas eu disse muito mais… Quer saber? Continue Lendo “Tem remédio?”
