Acabei de ler por esses dias o livro do médico patologista paulistano e professor da USP Paulo Saldiva, intitulado Vida Urbana e Saúde. Nele o autor constata que a vida nos centros urbanos, que no Brasil abrigam mais de 80% da população, não traz apenas oportunidades (inquestionáveis) para quem nelas vive, mas também muitos riscos. E a partir daí desenvolve um conceito de Cidade Saudável, através de metáforas médicas. Mas Saldiva é inteligente o bastante para não transformar suas ideias e propostas em assertivas simplórias ou reducionistas e muito menos querer tratar o corpo urbano como se fosse um corpo humano. O que ele vê é uma cidade adoecida, a ser transformada e curada. Poderíamos chamar tal cidade de disfuncional, mas me apeteceu arranjar-lhe outro apelido: Patópolis. A referência, aqui, não é Disney e seus simpáticos palmípedes, nem mesmo a FIESP, mas sim a boa e velha língua grega. Pathos, que está em patologia e em alopatia, por exemplo, e que significa doença, mais polis, cidade. Continue Lendo “Enquanto isso, em Patópolis…”
