Na última semana trouxe aqui uma análise sobre os dados do Anuário da Segurança Pública no Brasil, relativos a esta política pública (ou ao fracasso da mesma…) no país. Foram destacados os dados do Distrito Federal, em termos comparativos com outras unidades federativas, com a ressalva de que o ideal seria comparar nossa cidade apenas com as capitais. Hoje vamos prosseguir, com informações sobre crimes patrimoniais e ataque a vulneráveis, tendo como base o ano de 2022 e a taxa calculada para 100 mil habitantes. Assim, por exemplo, no quesito do roubo ou furto de telefones celulares, o DF conta com um dos indicadores mais elevados do país, acima de 1000 por 100 mil habitantes, junto com o estado do AM, por exemplo, e bem acima do menor valor, que é o do RS, onde não passa de 160. A média nacional não chega à metade de tal cifra. No estelionato por meio eletrônico também nos perfilamos no topo do ranking, acima de 300 por 100 mil habitantes, tendo como companhias SC e ES, versus 189 como média do país. No roubo a residências: 9,7 no DF versus 14,7 no Brasil. A taxa daqui está entre as menores do país. As mais elevadas (acima de 100) estão em AP e RO. Em relação ao roubo a transeuntes, no DF 590,5 x Brasil 247. Roubo (total) 821,5 (DF) x 456,2 (Brasil).
Continue Lendo “Da segurança pública em Brasília e no Brasil (Parte II)”Da segurança pública em Brasília e no Brasil
Como todo mundo já deve ter lido e ouvido por aí, saiu a edição de 2023 do Anuário da Segurança Pública no Brasil, com dados abundantes e confiáveis sobre variados aspectos relativos a esta política pública (ou ao fracasso da mesma…) no país. Vamos a uma análise sobre tal questão, destacando os dados do Distrito Federal, em termos comparativos com outras unidades federativas. O ideal seria comparar apenas com as capitais, mas isso só é possível em relação a alguns indicadores. O problema da comparação com os estados é que os dados destes refletem realidade bem mais complexa, que reúne não só capital e interior, mas também cidades de porte radicalmente diferente, bem como realidades socioeconômicas e culturais diversas. Isso pode ter como desdobramento uma diluição de algumas das cifras, muitas vezes em desfavor do DF nas comparações.
Continue Lendo “Da segurança pública em Brasília e no Brasil”Brasília: cidade violenta?
Respondendo à pergunta do título, em rápidas palavras, Brasília não chega a ser uma cidade das mais violentas, pelo menos em comparação com outras capitais do Brasil. É claro que se a comparação for feita com cidades de outros países, isso muda de figura. Fiz um levantamento disso em 2019 e constatei que aqui estava presente uma tendência de redução de mortes criminosas violentas observada também em outras capitais brasileiras. Na violência policial (e contra policiais), Brasília tinha uma posição confortável, com baixo número de ocorrências, quando comparada a outras capitais. Na violência contra mulheres, Brasília ostentava, também, uma posição mais positiva. No trânsito, ao contrário do que apregoa o senso comum, Brasília apresentava posição moderada, embora com taxas muito superiores às de outros países. Como evoluíram as coisas depois disso? Com base nos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, apresento aqui uma síntese mais atualizada da situação, a partir do Atlas da Violência publicado pelo Ipea em 2021, juntamente com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, além de outras parcerias institucionais.
Continue Lendo “Brasília: cidade violenta?”Seria Brasília uma cidade violenta?
Neste momento infeliz de nossa história, quando um dos rebentos do Presidente da República posa com uma pistola automática à cinta, ao lado do pai em uma cama de hospital, precisamos mais do que nunca conhecer e discutir os indicadores da violência no Brasil. Encontrei material farto e bem detalhado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019 e passo aos leitores algumas análises derivadas do mesmo, com foco em nossa cidade, com algumas comparações. Antes que alguma autoridade do governo venha colocar em dúvida a veracidade e a qualidade do material, como já o fizeram com as queimadas, a pesquisa científica, o desemprego e o uso de drogas no país, é bom lembrar informações aqui discutidas têm origem nas secretarias estaduais de Segurança Pública, nas polícias civis e militares, Polícia Federal, entre outras fontes oficiais. Acessá-las, destrinchá-las e divulgá-las não só contribui a promoção da transparência na área, como aprofunda conhecimento que incentiva a avaliação de políticas públicas e promove o necessário debate sobre a agenda do setor – sem achismo, sem “ideologia”, sem a decapitação do mensageiro… Vamos a algumas considerações sobre tal tema…. Continue Lendo “Seria Brasília uma cidade violenta?”
Saúde na Mídia/maio 2018: seria o DF um lugar violento?
Tirando a paralização dos caminhoneiros e seus reflexos sobre a saúde de nossa cidade, inclusive a polêmica medida da SES-DF de suspender alguns tipos de atendimento Já comentada antes aqui (veja: https://saudenodfblog.wordpress.com/2018/05/26/como-se-ja-nao-nos-bastasse-o-locaute/ ), o assunto da área da saúde mais frequente na mídia local no mês de maio último foram os acidentes de trânsito. Gente idosa foi atropelada, um bebê foi atirado para fora do carro, as estradas forneceram a sua cota habitual de fatalidades. Mas afinal de contas, seria o DF um lugar realmente violento? O que dizem as estatísticas? O senso comum acredita que a resposta é sim. Mas nem tudo é o que parece. Vejamos… Continue Lendo “Saúde na Mídia/maio 2018: seria o DF um lugar violento?”
