O bolsonarismo como fenômeno político existe de fato, sendo inúmeras as análises disponíveis sobre o mesmo, seja de cientistas políticos, sociólogos ou jornalistas, que identificam e tipificam tal fenômeno. Seja lá o que for, para mim, este “ismo” é mais uma questão de caráter do que de ideologia. Ou ainda de ética (ou estética). Cabe a pergunta: existe um bolsonarismo em saúde? Para definir um pouco melhor o fenômeno, recorro ao jornalista Philipp Lichterbeck, que escreve no portal Deutsch Welle, o qual,apesar de estrangeiro, parece conhecer muito bem o Brasil, ao descrever os “cinco pilares” do fenômeno, que na verdade dão sustentação a todo um pensamento da extrema direita no Brasil. São eles: (1) militarização; (2) atendimento a uma suposta vontade do povo; (3) messianismo; (4) hostilidade à ciência e (5) anticomunismo. Alguns deles são especificamente brasileiros, outros pertencem ao conjunto de ideias da nova direita internacional. Lichterbeck alerta que é fácil considerar simplesmente “ridículos” o presidente e seus seguidores, já que eles vivem dando oportunidade para isso, mas que há certa metodologia por trás dessa loucura, e reduzir o caso a mero histrionismo de um sujeito “sem noção” seria um erro fatal. Mas além de tal visão de um jornalista, trago hoje aqui algo mais filosófico, ou seja, as reflexões de Zygmunt (ou, aportuguesando, Segismundo) Bauman.
Continue Lendo “Como explicar o bolsonarismo e o negacionismo em saúde”Zygmunt Bauman explica o bolsonarismo
O bolsonarismo como fenômeno político existe de fato, sendo inúmeras as análises disponíveis sobre o mesmo, seja de cientistas políticos, sociólogos ou jornalistas, que identificam e tipificam tal fenômeno. Seja lá o que for, para mim, este “ismo” é mais uma questão de caráter do que de ideologia. Ou ainda de ética (ou estética). Cabe a pergunta: existe um bolsonarismo em saúde? Para definir um pouco melhor o fenômeno, recorro ao jornalista Philipp Lichterbeck, que escreve no portal Deutsch Welle, o qual,apesar de estrangeiro, parece conhecer muito bem o Brasil, ao descrever os “cinco pilares” do fenômeno, que na verdade dão sustentação a todo um pensamento da extrema direita no Brasil. São eles: (1) militarização; (2) atendimento a uma suposta vontade do povo; (3) messianismo; (4) hostilidade à ciência e (5) anticomunismo. Alguns deles são especificamente brasileiros, outros pertencem ao conjunto de ideias da nova direita internacional. Lichterbeck alerta que é fácil considerar simplesmente “ridículos” o presidente e seus seguidores, já que eles vivem dando oportunidade para isso, mas que há certa metodologia por trás dessa loucura, e reduzir o caso a mero histrionismo de um sujeito “sem noção” seria um erro fatal. Mas além de tal visão de um jornalista, trago hoje aqui algo mais filosófico.
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