Enquanto esperamos a Hora H* e o Dia D*, como quer o ínclito Intendente Pazuello, o qual, apesar de não saber exatamente o que vem a ser a sigla “SUS”, ocupa a pasta da saúde neste Governo de M*, cumpre indagar como vão as coisas, se não no Brasil, pelo menos aqui em nossa cidade. Para tanto preparei um levantamento das informações disponíveis, de forma simplificada, ou seja, arrolando dados a cada cinco dias desde a segunda quinzena de novembro passado, até o dia 15 de janeiro, ou seja, nos dois meses mais recentes. São informações relativas a: total de casos nas últimas 24 horas; total de óbitos em igual período; casos e óbitos totais acumulados, além da disponibilidade de leitos com respiradores disponíveis a cada momento, seja no setor público ou no privado. Acrescento algumas considerações sobre um assim chamado ”Plano de Vacinação”, concebido pelo governo do DF.
Continue Lendo “Covid no DF: para onde vamos? (ou “o que já não está bom pode ficar pior”)”Corrupção na Saúde: tem jeito?
Leio e ouço na mídia que toda a cúpula da Secretaria de Saúde do DF foi exonerada. Não tanto preventivamente, porque uma parte dos atingidos já tinha processos em andamento contra si. Não excluo a possibilidade, também, de que essa demissão em massa sirva para juntar alguns inocentes ao rol dos verdadeiros culpados, como o papel que acompanha o bombom que se bota fora. Repete-se assim, também aqui no DF – e não de forma inédita – um acontecimento que virou triste rotina em quase toda parte do Brasil. E quem achava que o estado de emergência desencadeado pela Pandemia poderia amainar tais propensões para o peculato, se enganou, pois o que se vê, junto com o aumento de infectados e de mortos pela Covid 19, é uma escalada das operações policiais, judiciais e administrativas relativas aos desvios. É imoral, claro, roubar diante de uma situação de ameaça à saúde pública, mas é bom lembrar que fora disso também o seria. Conclusão: é algo imperdoável, de fato. Ibaneis posa agora de justiceiro destemido, de dirigente que não tolera a corrupção, de defensor intransigente da coisa pública. Mas isso não resiste a um olhar mais agudo. Esta turma toda foi nomeada por ele e até bem pouco tempo atrás gozava de total prestígio. Será que só agora o governador descobriu os malfeitos que que vinham praticando, desde longa data? Mas a grade questão é: seria possível evitar a nomeação de gente assim tão “descuidada” para ocupar cargos públicos? Eu acho que a resposta é positiva, quase sempre – acompanhem meu raciocínio.
Continue Lendo “Corrupção na Saúde: tem jeito?”Interesses singulares, prejuízos plurais
Esta semana as manchetes da imprensa, locais e nacionais, reproduzem o que já vai virando rotina no Brasil: a cúpula inteira da Secretaria de Saúde do DF foi parar na cadeia. Entre os presos o Secretário de Vigilância à Saúde, a quem inclusive elogiei aqui no blog, recentemente. Mas esclareço: não o condenarei por ora; continuo sendo um dos que acreditam que todo mundo é inocente, até prova em contrário. Aguardarei tal confirmação, portanto, antes de antepor algum veredito ou opinião pessoal. No país da Lava Jato tal atitude não é só uma questão de bom senso, mas de justiça verdadeira. Continuarei acreditando nisso mesmo que alguém venha ameaçar de “encher minha boca de porrada”. Mas cabe a pergunta: por que neste país tudo tem que ser sempre assim? Seria um dito Bíblico: onde houver Poder Público que haja sempre corrupção? Seria uma lei natural? Sempre me recordo daquele terremoto seguido de tsunami no Japão, alguns anos atrás. O aeroporto da cidade de Narita tinha lama na altura do segundo andar e aviões virados de ponta cabeça. Em uma semana voltou a funcionar de forma quase regular. Será que havia boas leis do tipo da brasileira 8.666 (Contratos e Licitações) por lá? Ou seriam outros os ingredientes, de fundo moral e de consciência política?
Dante Allighieri reservou, em seu Inferno, um lugar especial para os corruptos. eles seriam açoitados por um punhado de demônios, mergulhados em um tonel de piche fervente. Não chego a tanto, mas cá entre nós, penso que já era hora de esta turma ter um pouco de medo…
Continue Lendo “Interesses singulares, prejuízos plurais”Covid-19 no DF: de onde viemos, para onde vamos (II)
Os dados que temos sobre a atual pandemia, divulgados pela imprensa, têm primado pela apresentação de números absolutos, de totais de mortes ou de casos, sem levar em conta a proporção dos mesmos em relação à população de cada local (ou por 100 mil habitantes). E isso aí é o que realmente importa. Até o presidente entendeu isso, mas se deu mal ao pedir aos repórteres que o inquiriam na porta do Alvorada que comparassem o Brasil com a Argentina ou a Suécia. E “deu ruim” nos dois casos, visto que ficamos em situação incômoda perante Los Hermanos e a Suécia não era aquilo que se imaginava, com sua política relax, guindada de repente ao submundo do mau controle da pandemia. De toda forma, é preciso fugir de certa “placarização” ou “futebolização” dos números, não no sentido escamoteador que o governo quer, mas não deixa de ser estranha esta elaboração de rankings, como se alguma coisa muito positiva estivesse em jogo, e não o contrário. Assim, como já o fiz há um mês, trago aqui uma comparação do DF, em termos de incidência por 100 mil habitantes, com um conjunto de capitais brasileiras, duas ou três de cada região e com população próxima ou superior a um milhão de habitantes. Os dados são da última semana, entre o final de maio e o dia dois de junho. Como fica o DF nesta história? Veja a seguir. Continue Lendo “Covid-19 no DF: de onde viemos, para onde vamos (II)”
Saúde no DF: dois anos
No meio desta pandêmica confusão quase ia me esquecendo de registrar: há dois anos este blog está no ar! Foram 163 postagens, ou seja, cerca de 1,5 por semana. Tenho tratado de tudo um pouco aqui. Parte do material são comentários meus sobre notícias de jornal, particularmente do Correio Braziliense e do Metrópoles-DF; parte sobre atos oficiais do Governo do DF ou do Ministério da Saúde, com repercussões sobre nossa cidade; parte são opiniões pessoais sobre temas do momento, sempre com foco em saúde, SUS, política social. Sei que tenho leitores, mas as estatísticas que o WordPress me oferece, infelizmente, não distinguem os que realmente leem o que escrevo daqueles que apenas “dão uma passada” por aqui, quem sabe robôs. Alguns leitores me estimulam e me honram com seus comentários, mas é claro que não poderia exigir isso de todos. Mas, de toda forma, saber que alguém se dá ao trabalho não só de ler como de comentar estes meus registros, me enche de alegria. Fica então registrado o segundo aniversário deste blog. Obrigado leitores!
